Até 2020, a produção econômica combinada das três principais economias do hemisfério Sul - Brasil, China e Índia - ultrapassará a produção agregada dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, aponta o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2013 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado nesta quinta-feira (14).
O estudo projeta também que, até 2050, Brasil, China e Índia serão responsáveis por 40% da produção global, ultrapassando a produção combinada projetada para o grupo das sete nações mais industrializadas (G7). "O relatório mostra um rebalanceamento do poder na economia global. Em 2050, Brasil, China e Índia representarão 40% da economia mundial", aponta Daniela Costa Pinto, analista de desenvolvimento do Pnud.
Para o Pnud, o novo cenário representará um dramático reequilíbrio do poder econômico global. “Pela primeira vez em 150 anos, a produção combinada das três principais economias em desenvolvimento (Brasil, China e Índia) está para se equiparar ao Produto Interno Bruto (PIB) das grandes potências industriais do Norte (Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos)”, aponta o relatório.
"Para o Brasil ganhar mais espaço na representação global, outros países tem que ceder espaço. Mas está virando óbvio que as instituições globais tem que mudar para reconhecer essa liderança a nível global", diz Jorge Chediek, representante residente da Pnud no Brasil. "É preciso que todos os brasileiros saibam que o país, além do futebol. carnaval, música, é reconhecido como um país rico, com importância no contexto global."
O estudo cita que, em 1950, Brasil, China e Índia juntos eram responsáveis por apenas 10% da economia mundial, enquanto as seis tradicionais maiores economias do Norte representavam cerca da metade. “Atualmente, o hemisfério Sul como um todo é responsável por cerca da metade da produção mundial, acima de aproximadamente um terço em 1990”, destaca o relatório.
Economias em desenvolvimento
Hoje, o PIB combinado das oito principais economias em desenvolvimento (Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, África do Sul e Turquia), se equipara ao PIB dos Estados Unidos, ainda de longe a maior economia mundial.
O estudo destaca que o progresso foi intensificado nos últimos anos, tendo em vista que, em 2005, o peso dessas mesmas oito economias era quase metade do dos EUA. Até 2030, mais de 80% da classe média mundial é projetada para residir no Sul, correspondendo a 70% dos gastos com consumo, projeta o estudo.
Fonte: G1 - 15/03/2013