Exatamente por isso, os homens que antecederam às escrituras eram politeístas.
Sim, há indícios de que o homem primitivo era politeísta, o que é irrelevante, no que se refere à fé, escrituras etc ...
A crença é necessária para o estabelecer da fé ...
A fé É crença, né ? Um tipo particular de crença, certo ?
o que requer justificativas movidas por sentimentos inerentes ao homem e relatos verbais dos antepassados, que hoje estão de forma escrita e inteligente para buscar principalmente o convencimento.
Fé, por definição, carece de justificativa. O primeiro humano a experimentar a fé não dispunha de escrituras e nem de relatos verbais ... muito possivelmente sequer havia desenvolvido a linguagem àquela época ... estas coisas surgiram muito depois ...
Eu sou racional, mas muitos dos meus vizinhos optam pelo postulado da fé, apesar de vivermos em uma mesma época e em mesmo âmbito cultural.
Todos somos racionais E irracionais, Jackson ... e sempre houve diferença entre as crenças dos indivíduos, o que a religião procura eliminar, via de regra pela fogueira ... ;-)
se vc coloca que na verdade a capacidade de ter fé diminue na medida em que a cultura avança, entendo que queira dizer que a curva decerá ao zero do gráfico conforme a evolução acontece.
Não sou eu quem coloca, são dados estatísticos bem conhecidos.
Eu não me atreveria a dizer que o fenômeno da fé desaparecerá, não acredito que isto acontece enquanto formos o que somos, mas certamente a tendência é no sentido decrescente.
Então essa capacidade de ter fé estaria anulada mesmo sendo independente dos fenômenos culturais?
Como dizia acima, duvido que seja anulada a capacidade de ter fé, não nos próximos milênios, a menos que ocorra uma mutação importante na humanidade, mas na medida em que nosso conhecimento aumenta, a necessidade da fé diminui, ou seja, a função que desempenha em nosso psiquismo é suprida de outra maneira. Podemos dizer - correndo o risco de sermos reducionistas, que a tendência é de que a ciência ocupe o lugar da fé e das religiões, ou dito de outra maneira, que crenças irracionais, que carecem de justificativa, sejam substituídas pelas crenças racionais e justificadas ...
Não posso afirmar, mas penso que os seus conflitos internos gerados pelo sentimento racional e limitado junto com a emoção, resultou em fé ou não ou em apenas sentimento de medo de fenômenos naturais agressivos.
As cosmogonias nascem tb da curiosidade do homem, não apenas de seus temores ... na falta de coisa melhor, a idéia de um criador ou criadores, foi uma boa hipótese por um milhão de anos ... e - como sabemos - ainda há quem pense que ainda é uma boa hipótese ... o prob não é a fé em si, mas sua institucionalização e aí se torna mais um instrumento da exploração do homem pelo homem ...
As maiores referências criadas pela humanidade estão em livros tidos como sagrados e em literaturas filosóficas, teológicas e consagrados artigos científicos . Daí para cá, a humanidade se referencia nessas ferramentas para encontrar o caminho mais conveniente para si, devido a estas fazerem os cérebros funcionarem de forma mais abrangente. É importante destacar que tais referências apesar de seculares, ainda não apresentam vestígios de abandono.
Na verdade a referência a textos religiosos não aumenta a abrangência de nossos dotes intelectuais, muito ao contrário ... a religião é - e sempre foi - inerentemente reducionista, esterilizante, intolerante etc etc etc ... aponta caminhos convenientes, mas para si mesma, para grupos, não para a humanidade ...
Pra mim, também não, mas para milhões, sim. E esse é o foco da discussão... E como somos susceptíveis a nos guiar por linhas escritas, tendemos a ser democratas, por "culpa" de Demócrito, para podermos seguir e usufruir de idéias como as de São Tomás de Aquino ou Pierre Simon Laplace, por exemplo.
A crença de milhões não justifica a crença de nenhum de nós que tenha acesso a coisa melhor ... não é garantia de veracidade e/ou adequação, certo ? A terra é redonda ;-)
Laplace está muitíssimo acima de Tomás, não há como comparar
Principia mathematica com
Suma theologiae ... o primeiro é um legado inestimável e perene, nos presenteou com algumas das mais importantes ferramentas para a ampliação do conhecimento enquanto o segundo é mais uma tentativa inteligente mas fútil de conciliar o irreconciliável ...