O que eu estou enfatizando não é apenas comprar o produto brasileiro, mas
valorizar o que é brasileiro e merece ser valorizado. A compra vem como consequência. Também não estou falando em precisar ou não de router no processo fabril. Partes do processo de fabricação de automóveis, ou de qualquer outra coisa, usa robôs ou CNC, outros processos usam pessoas... Cada processo deve ser avaliado dentro de sua importância e necessidades específicas, de tolerância de fabricação, repetição de atividades, ... e aí de decide se usa robô, CNC, trabalhador braçal, ...
Citei as routers porque este é um fórum de muitas routers para sentirmos mais de perto o tal efeito das necessidades das importações.
Falando nisso, temos a WEG que é reconhecida mundialmente em termos de qualidade em motores (que podem ser usados em spindle), também fabrica inversores mas às vezes, o "chinesinho é mais balato"...
Mas se formos falar de sapatos, eu pergunto:
Como iremos fabricar os sapatos se não tivermos pelo menos uma router?
Franca e outras cidades fabricam sapatos, mas o calçado chinês ou de outros lugares estão por ai. O chinês não usa router (é caro), usa mão de obra escrava mesmo e o governo chinês banca uma parte. Mas quem compra na loja, somos nós.
Se formos falar de avião aí a coisa pega mais ainda. Precisaremos de centros de usinagem de última geração para pensar em competir, e isso agrega muito mais componentes que não temos aqui. Quem seria louco fabricar centros de usinagem no Brasil com mão de obra e encargos tão mais caros do que na China e Índia?
Pois é a Embraer desbanca até empresa canadense e americana, como nos automóveis, pode até usar CNC, mas o que interessa é que chegou lá, usa componentes e mão de obra brasileiras. Mas será que termos aviões chineses na "parada"? A Embraer teve que colocar uma fábrica lá para poder vender na China.
Daqui a pouco a China por exemplo na vai querer mais vender componentes ou partes de máquinas pra você montar a sua aqui. Vai vender apenas o equipamento inteiro. Esse é um propósito que terá o seu momento certo, quando sentirem que na maioria dos países o sucateamento do parque industrial virou realidade.
Sim, precisamos agir desde já, fazendo opções na compra.
Só para dar um exemplo, países com USA já fecharam muitas fábricas e ficaram apenas com o nome para rotular produtos da China, inclusive nem precisam mais de galpões para armazenagem. Mudaram também a forma da logística. Eles compram o produto, pedem para colar o rótulo e como se fosse pouco, pedem também para enviar de lá mesmo para a sua casa em algum lugar do planeta.
Empresas americanas ganham com isso também, um I-Phone traz uma inscrição "designed in California", mas o "made in" todos sabem onde fica...
Já a Alemanha, conseguiu reter empresas em seu território. Por exemplo, onde são fabricados os CLPs da Siemens? Não é na Índia ou na China.
Quem está mais certo, o americano ou o alemão?
Enquanto isso....... somos necessariamente consumidores de coisas que precisamos para tocarmos a vida até o dia que os orientais não afetarem os donos de routers por aqui. Aliás já preocupa. Veja nos sites Alibaba, etc, produtos artesanais fabricados em routers.
Pois é, devemos pensar globalmente, mas agir localmente...
Temos vários exemplos de empresas genuinamente brasileiras, empregando brasileiros, gerando renda no Brasil, e que concorrem com chineses, indianos, ..., tais como: Petrobras, Embraer, WEG, CSN, Gerdau, Nardini, Votorantim, Natura, ..., mas podemos escolher outras marcas ao comprar o que precisamos no dia a dia....