Olá menino Claudinei!
Também gostei do tema, pois é uma das pesquisas que tenho em andamento.
Há três anos iniciei a construção da minha máquina e há dois tenho ela funcionando. Durante este tempo venho estudando e formatando o que chamo de Projeto OVH (Oficina do Velho Hippie).
Quanto a viabilidade do negócio, penso que o caminho a seguir é a elaboração séria de um Plano de Negócios, que ajudará em muito a definir exatamente o que tu pretende e estimar as chances comerciais.
Porém, há outros pontos que acredito possam ser debatidos, dentro deste tema principal que tu levantou.
Um deles é exatamente sobre Artesanato. Afinal como entendemos e classificamos um objeto como artesanal, ou artesanato?
Em 1996, durante o seminário internacional "Design sem Fronteiras" realizado na cidade de Bogotá/Colômbia, do qual participava o Conselho Mundial de Artesanato (WCC), a seguinte definição foi proposta pelo brasileiro Eduardo Barroso Neto:
"Podemos compreender como artesanato toda atividade produtiva de objetos e artefatos realizados manualmente, ou com a utilização de meios tradicionais ou rudimentares, com habilidade, destreza, apuro técnico, engenho e arte".
Claro que é apenas uma visão da base conceitual, pois tal como a arte envolve a subjetividade. A necessidade em definir, conceituar e estabelecer diferenças entre artesanato, arte popular, trabalhos manuais e outras manifestações humanas é muito mais uma preocupação de críticos, acadêmicos e técnicos que necessitam compreender melhor uma prática da qual estão distantes.
Nos últimos quinze anos, desde a proposta apresentada em Bogotá, muita coisa mudou e com muita rapidez. Hoje não existe mais o mercado local, praticamente toda atividade econômica, independente de porte pode ser globalizada. Os meios de produção também sofreram uma verdadeira revolução, pois hoje a grande maioria das pessoas tem acesso a tecnologias que sequer existiam na época.
Um modo que pode ajudar a análise sobre o mercado é identificar que tipo de artesão tu pretende ser. Conforme o portal GeraNegócios podemos separar estes tipos em:
- Artesão-artista: É aquele que por sua criatividade, originalidade, graciosidade e perícia produz peças que provocam profundo sentimento de admiração naqueles que as observam.
- Artesão-artesão: É aquele que trabalha em série, muitas vezes com ajuda de ferramentas e mecanismos rudimentares, produzindo dezenas de peças, centrado mais no aspecto utilitário das peças que produz que em despertar no observador o sentimento de beleza.
- Artesão semi-industrial: É aquele que trabalhando a partir de moldes ou e de outros processos semi-industriais reproduz centenas de peças iguais.
"Numa visão mais atual que abranja produção tradicional e a urbana, o artesanato pode ser definido como a execução de trabalho manual, com ou sem ajuda de ferramentas e mecanismos caseiros, que as pessoas dão às matérias brutas, sobras e lixo do consumo industrial, visando produzir peças utilitárias, artísticas e recreativas, com ou sem fim comercial". (fonte:
www.geranegocio.com.br)
Como podes ver, este assunto pode ser debatido sob os mais variados pontos de vista. Reforço a importância da elaboração de um Plano de Neócios, pois durante este processo muitas destas dúvidas são sanadas.
Uma destas dúvidas é justamente sobre o mercado estar saturado ou não. Certamente tu vai perceber que há saturação em alguns setores e também que existem muitos outros que não estão sendo atendidos a contento.
E mesmo dentro de um setor em saturação, tu podes identificar uma oportunidade viável. Tomando o mercado de produtos em MDF, por exemplo, é visível que há um verdadeiro despejo de peças sem qualidade, má distribuição, falta de comprometimento com prazos, politica de formação de preços auto-destrutiva, etc... Então se tu conseguir se diferenciar em qualquer um destes ítens, já conseguirá chamar atenção de alguns comerciantes/clientes.
Vale lembrar que este debate pode se estender para infinitas matérias-primas, pois precisamos "Pensar Fora da Caixa" e lembrar que não existe só o MDF para trabalhar.
Concordo com as colocações do amigo Medino, lembrando também que no mercado atual não existe mais o "guardar segredo". Como ele comenta, o que tu criar hoje com certeza em poucos dias alguns concorrentes estarão produzindo também, pois assim que um produto foi pra vitrine está aberto ao mercado. Uma alternativa, neste caso é trabalhar na criação de produtos com expressão pessoal, que tenha e transmita identidade.
Quanto ao mercado de construção de máquinas-ferramentas, não vou opinar por completo desconhecimento.
Espero ter conseguido agregar algo. Ttenho certeza de que este tópico, nacontinuidade, vai render bons frutos à todos.
Se tu se interessou e quer saber mais sobre o Plano de Negócios, recomendo a leitura do ótimo livro "O Segredo de Luísa - Uma Idéia, uma Paixão e um Plano de Negócios: Como Nasce o Empreendedor e se Cria uma Empresa" do autor Fernando Dolabela.
Grande Abraço e Muita PAZ!
Elton "Velho Hippie" Ribeiro
Oficina do Velho Hippie - Criando com as Mãos, com a Mente e o Coração!