É mesmo??? Achei que cada caixa fosse utilizado só um tipo de falante, e amplificadores separados para cada faixa de freqüência, cuja entrada vem de um crossover (posso estar enganado com este nome, pois estou buscando lá num cantinho meio perdido da memória).
É exatamente isso, Rudolf. Uma caixa acústica única, com dois alto-falantes, por exemplo, pode e deve ser entendida como duas caixas acústicas. O sinal deve ser dividido, alinhado (dependendo da ordem dos filtros e do posicionamento relativo dos componentes na vertical, vc tem defasagens nos sinais nos vários canais de saída) e atenuado conforme o caso. Isso pode ser feito de modo passivo, com um divisor de frequências (crossover) dentro da caixa, nada mais que um conjunto de filtros passa-baixa, passa-banda e passa-alta, passivos, e um amplificador só para toda a banda de áudio.
Ou pode ser feito de maneira ativa, com um crossover com filtros ativos antes da amplificação, e tantos canais de amplificação quantos forem as bandas de saída utilizadas. Mas, que vantagem Maria leva?
Bom, devido a características eletro-mecânicas dos componentes e a resposta não muito linear do ouvido na região dos graves, a necessidade de potência elétrica é inversamente proporcional à frequência, numa relação exponencial. Se utilizarmos um amplificador só pra toda a banda de áudio, teremos de usar atenuadores passivos (resistores) nas saídas de média e alta. Ou seja, estamos jogando energia no lixo nessas frequências. Usando um amplificador para cada banda, temos um amplificador parrudo, um bombado e um raquítico, em sistemas de 3 vias.
O outro lado é que o sistema fica caro, pesado e complexo, mas não tem almoço de graça...
De qualquer maneira, lá em casa ficaria proibitivo fazer algo assim
Será? Sistemas de home-theather utilizam amplificação multi-vias, com um subwoofer para os graves, aproveitando-se de uma característica das baixas frequências, que é a ausência de direcionalidade (horrível, mas é isso).
Alterei um amplificador da Gradiente (com pré embutido) para um mixer de 8 entradas, sendo que só estou usando o estágio de pré dele. O circuito do mixer inverte o sinal para geral o segundo canal para que as saídas do amplificador (Quasar) trabalhem em ponte. As 2 saídas do amplificador (desconsidero o terra) vão para uma caixa acústica com divisor de freqüência de 3 saídas: uma para o woofer, outra para o driver (mid-range) e a outra para o tweeter. (*) Atualmente temos 2 caixas idênticas que, por diversos motivos, nunca foram ligadas juntas (em paralelo, no caso). Creio que daqui a 1 semana isso já será possível
Como toda banda de rock que se preze, os meninos estão achando que o volume tá meio baixo (mesmo com todos os volumes dos componentes no máximo). Neste volume máximo, em alguns momentos existe uma saturação do sinal, gerando o ruído típico. Baixando uns 20% da entrada no mixer (principalmente no caso do contrabaixo) o som volta a ficar limpo.
Aqui está a raiz de todos os males. Os vários instrumentos e microfones têm características de impedância e amplitude absolutamente incompatíveis entre si. Então a primeira coisa a se fazer é um estágio de pré-pré-amplificação, que nivele estes sinais a um patamar adequado (é interessante adotar o patamar de 0,7 V, padronizado como nível de linha, e nos próximos estágios utilizar ganho unitário). É pra isso que serve o controle de ganho em mesas de som. Não por acaso, é o primeiro que aparece de cima pra baixo.
Outro problema é quanto ao contra-baixo. Grave é o diabo. Grandes movimentos, grandes problemas. Vamos começar da caixa acústica. Você fala em características do alto-falante, mas não diz o principal: em que caixa acústica ele está montado? Quando digo em que, pergunto sobre topologia (selada, ventilada - se ventilada, qual comprimento/diâmetro do duto - passa-banda, etc.). Pelos componentes, deve ser uma daquelas de 3 vias plana, com o alto-falante montado em compartimento separado dos outros componentes.
Alto-falante e caixa acústica são um par casado. Um feito pro outro. Pegue uma ótima caixa acústica e coloque um outro falante qualquer, ainda que o melhor do mundo, e terá um péssimo resultado. Comece seus esforços, de um lado, pelo ganho nas cousas aí, depois em tirar leite da pedra chamada falante. No site da Selenium você tem alguma literatura que pode lhe ajudar nisso, e também alguns projetos sugeridos para os alto-falantes dela. Não se preocupe com os outros componentes. A resposta é a mesma, soltos ou em gabinetes.
Como saber qual o elo mais fraco da corrente (em termos de potência)? Posso colocar um amplificador mais potente naquela caixa?
Difícil falar em elo mais fraco.
Vamos olhar o negócio do ponto de vista do amplificador. Grosso modo, o que limita a corrente na saída do amplificador é a impedância da carga. Afora o óbvio de se utilizar uma associação de alto-falantes na saída que desrespeite essa regra, temos um outro fenômeno: acima dos limites de projeto, a impedância de um alto-falante cai progressivamente com a potência aplicada, ou com uma caixa mal projetada.
Do lado do falante, temos o problema da excursão do cone, ou diafragma. Um alto-falante é basicamente um motor elétrico linear. Se a bobina sai do campo de ação do ímã, a energia que seria dissipada em movimento acaba por ser dissipada em calor, e tome Joule. Voltamos ao problema da caixa mal projetada e/ou da potência excessiva.