Jorge, é esse mesmo o método que se usa. e soca-se potência no bicho, até que se chegue a um limiar de distorção aceitável (coisa de 0,1% de THD é considerado aceitável para amplificadores na maioria das aplicações, já pra amplificadores high-end, no máximo 0,01%).
É, e eu conheci "audiófilos" incapazes de perceber 1% ...
Vc precisa conhecer uns que juram de pé junto que cabos para caixas acústicas de ouro são incomparáveis aos de cobre. Ouvem coisas que nem Hermeto Pascoal com seu ouvido zero identificaria (sobre Hermeto, reza a lenda que se vc der um pum, ele diz o tom. E se estiver desafinado, ele diz quantos comas).
Agora o valor baixo de THD tem sua razão de ser. Como se sabe a THD aumenta estupidamente com o ganho. Como áudio é extremamente dinâmico, acabamos por ter picos da ordem de 10, até 20 vezes a potência nominal, em tempos muito curtos. Especificar THDs baixos é uma maneira de garantir que esses picos sejam reproduzidos com qualidade aceitável, e THD da ordem de no máximo 1 dígito. Se vc já especifica a THD em 1%, nos picos teria coisa de 10%, o que é absolutamente inaceitável.
Só que a medição deve ser feita no mínimo em intervalos de oitava.
Isso pra levantamento da curva de resposta. Falávamos de potência, e eu tinha em mente a nominal, referida, até onde sei, a 1 kHz ... tô errado ? Isso mudou ?
Para fins de especificação é isso mesmo, desde que seja um AB, se for H, temos problemas quanto a isso, inerentes ao próprio H.
Mas para fins de projeto, é de bom tom verificarmos se nosso amplificador responde em toda a banda de modo linear. Já vi muito amplificador "bom" que não tem resposta plana.
Hoje a coisa melhorou um pouco, mas ainda são preferidos os velhos e bons classe AB para a faixa geral de áudio).
Hj a moçada usa classe D sem qualquer escrúpulo, nos bons e velhos tempos qualquer coisa diferente de classe A era heresia. Só se admitia classe AB pra aqueles PAs com cornetas pendurados no caminhão do peixeiro ...
Aliás, eu adoraria conhecer a opinião do pessoal das bandas sobre um classe D ... vou ver se desencavo algum esqueminha pro Rudolf ... tá cheio de tarados por aí com alguns kilowatts instalados em carros ... o troço fica barato e pra banda de rock acho que seria bem aceitável ... CIs dedicados, pouquíssimos componentes, super compactos e leves ... a idéia tem lá seus méritos, se é que já não estão fazendo isso ...
Os classe D melhoram muito, mas são muito utilizados em carros porque as potências são beeeem menores que as necessárias no mundo real (veja a foto anexa. São amplificadores para uma "igrejinha" com capacidade para 18 mil pessoas, no Rio. 72 kW de potência total. Uma casa noturna pequena, aí com 200 lugares, dependendo do programa come brincando 10 kW, coisa inviável em 12 V com classe AB. E eu tbm já vi maluco com 5 ou mais kW em Fusca), e a potência disponível é muito limitada, então o rendimento tem de ser máximo, em detrimento da qualidade.
Nos últimos anos estão tomando conta do mercado os amplificadores digitais (já tem até mesmo um fabricante nacional:
www.hotsound.com.br com amplificadores digitais em linha). Esses sim são eficientes e estão ficando cada vez melhores e mais acessíveis. Claro que gente que sonha com a volta dos triodos, pentodos e n-odos tem horror a isso, mas azar deles. O importante é conseguir tirar som sem ter de contratar a estiva inteira e muito menos uma hidrelétrica só pra vc.