Veja um caso onde a correção por software não se aplica:
Caso haja alguma excentricidade na coroa em relação ao eixo principal, num dado momento a distancia do fuso para a coroa será uma, e meia volta depois da coroa a folga será outra.
Isso faz com que mude a quantidade de passos necessária para corrigir a folga, e em momento algum terá repetibilidade suficiente para fazer ajuste por software.
Gilii,
se me permite discordar, neste caso se aplica também.
A correção de folga é feita
somente quando se faz a rotação no sentido oposto. Suponha que a folga entre o sem-fim e a engrenagem seja de 0,5 grau. E que meia volta dali, por imprecisão nas peças, seja de 0,4 grau.
Sem compensação alguma, cada vez em que girar no sentido oposto vai ter um erro de 0,4 ou 0,5 grau. Com compensação, vai ter um erro de 0,0 ou 0,1 grau.
(E essa imprecisão de 0,1 grau das peças
vai ser transferida para a peça usinada, por melhor que seja o sistema, isso não tem o que fazer. Daí a importância em usar engrenagem e sem-fim melhores possívels.)
O que ocorre é que na compensação feita descontando passos, para que a correção seja a melhor atingível mecanicamente, o erro médio angular precisaria ser conhecido e precisaria ser mútiplo da fração de passo utilizada (claro que isso é impossível na prática).
Na compensação avançando a mais e retrocedendo, basta que o vai-e-vem adicional seja maior do que o erro, e a melhor correção mecanicamente possível é atingida.
Isso posto, ambas funcionam e são melhor do que nenhuma. Na minha opinião, a forma proposta pelo Gil seria a melhor na maioria dos usos (imagine um telescópio automatizado, me parece inaceitável fazer um overshoot e retornar), mas neste caso creio que esta proporcione o melhor resultado - por isso mesmo é essa a forma habitual de compensar erro em máquinas operatrizes.