Sem muito a ver com usinagem, mas já que existe pelo menos uma máquina CNC para moer uva, pode ser comentado aqui
. Afinal o vinho faz parte do combustivel dos meus trabalhos e presente nas comemorações (ou seriam bebemorações
)
Foi feito um upgrade na máquina a manivela de 50 anos (pelo menos) de idade e colocado motor de passo, drive, software de controle o EMC2. Não vou postar fotos da máquina, até porque sempre existe um segredinho para se fazer vinho
.
A parte trabalhosa de fazer o vinho este ano, foi buscar a uva. A viagem, merece um capitulo do livro, fiz o rascunho...
A viagem...
Ontem fomos buscar a uva (900Kg) para fazer vinho, embora tenha por aqui perto fomos buscar em Bento Gonçalves à 100 km.
Saimos de casa às 13h30min, eu meu pai e a kombi (sim é "a" kombi, pois ela virou personagem nessa história). Na ida tudo maravilhosamente bem. Chegamos em Bento Gonçalves às 15h considerando que a estrada é bastante movimentada e o normal seria levar duas horas para o trajeto, fomos muito bem. Chegamos no pareiral do primo do Pai, selecionamos e colhemos a uva (foram 900 Kg divididos em 5 bombonas de 200 litros cada). Depois de um bom bate papo com os primos do pai, às 18h começou a viagem de volta. Descemos a serra das antas, passamos a ponte (imagem anexa), subimos a serra e até ai tudo bem. Quando comentamos que no ritmo em que andavamos chegariamos em casa antes das 20h, a Kombi resolveu dar uma de teimosa e não queria que fizessemos o vinho. Certamente ela pensou que iriamos depois beber vinho e dirigir. Como ela pensa nos arranhados e amassados que poderia sofrer com a mistura de vinho e direção, resolveu cortar o mal antes mesmo que fizesse raiz. Ela na sua sabedoria (e inocencia), faltando 70Km para chegarmos em casa, já eram quase às 19h, simplesmente trancou o motor. Não podiamos nos apavorar, afinal tinhamos que cumprir o objetivo. Em menos de 5 minutos foi mobilizado a equipe de apoio que já estava preparada para esmagar a uva. 10 minutos depois o socorro já estava a caminho. Até ai tudo tranquilo (ainda). Saiu em nosso socorro e principalmente da carga preciosa, uma camionete que chegou depois do previsto pois passaram por onde estavamos sem nos ver (novamente a Kombi, quando parou, resolveu parar num lugar não muito visivel) mas nem bola quase duas horas depois de estarmos parados chegou novo transporte. Começamos a decidir como "baldear" (tinhamos um balde) a carga. Antes mesmo do primeiro balde, resolvemos que seria melhor fazer força (mas nem tanto) transferindo as bombonas (quase 200 kg cada) da Kombi para a camionete. Resolvemos o problema numm esforço conjunto (ajudado pelo desnivel do barranco da estrada (esqueci de falar que a camionete era tracionada e podia andar fora de estrada inclusive subindo e descendo barrancos)). Carga transferida, poderiamos voltar pra casa abandonando a ingrata que nos fez sofrer, mas resolvemos torturá-la, trazendo-a para casa e deixando ela ver nossa alegria em moer a uva com uma "máquina" com motor de passo 15kg, controlada pelo EMC2 (vai ser cncmaniaco assim lá pra pqp). Mas voltando a viagem de volta, a equipe de socorro muito inexperiente e mais preocupada com a uva, esqueceu de levar o gambão para rebocar a desgraçada da Kombi. Enquanto a Kombi ficou rindo de nós pelo esquecimento, pegamos a corda (diga-se de passagem meia veinha) que era pra amarrar as bombonas na camionete e começamos a rebocar. Enquanto a corda quebrava, a Kombi ria sozinha. Isso foi por alguns kms, e muitos nós na corda, até chegarmos na primeira cidade (Veranopolis) e pegarmos uma corda um pouco melhor, digo um pouco melhor pois a corda era meia fina. Agravando o probleminha da corda tinha o motorista da camionete que nunca tinha dado uma de rebocador, então não dirigia de forma suave como uma boa rebocada exige, mas isso foram só por uns 35 Km (metade da estrada) depois aprendeu um pouco e foi mais tranquilo. Faltando 15 Km para chegarmos, a Kombi, que já parecia estar dominada, quiz dar uma ultima tentativa de nos impedir. Começou a faltar freio e sabe como é para ser rebocado com corda, não precisa motor, mas freio precisa. Mas também não deu certo a tentativa da Kombi, pois ela se deu conta que poderiamos deixar ela pela estrada ou pior, seria a cara dela que ficaria amassada, então ela nos deixou usar o freio de mão. Quando chegamos em casa já eram 1hmin da manhã. Deixamos a uva na camionete para amassa-la hoje. Hoje, foi feito o trabalho em 2 horas, exatamente como planejado, sem nenhum contratempo. Agora está fermentando no "mastel", para daqui uns dias colocar nas pipas e deixar lá por uns dias, depois travassar duas vezes e depois lacrar as pipas até depois da primeira geada. Como ainda temos reserva de anos anteriores, o vinho ficará envelhecendo (mas nem tanto) até depois do inverno.
Se alguém passar por aqui, sintam-se convidados para apreciar um vinho que espero que fique bom, afinal se não for bom nem é bom beber.
Abraços