Edú,
Sem quererm criar uma polêmica em cima disso, mas na minha opinião "nem muito ao mar e nem muito à terra!"
Concordo que se o camarada tem dinheiro e ferramental adequado, aumenta a probabilidade de chegar num resultado talvez melhor ou mais bem feito e mais rápido do que aquele que não tem nenhum dos dois, mas de nada adianta o dinheiro e ferramental se o caboclo não tem nenhuma habilidade e nenhum conhecimento!
Posto isso, tem o outro lado da moeda e que deve igualmente ser visto.
Não tirando o mérito nem do Franz, citado alí em cima por você, nem mesmo de qualquer outro dos nossos colegas que frequentam aqui o fórum e que fazem suas criaturas esbanjando criatividade nas soluções, construíndo-as e fazendo-as trabalhar com quase nenhum recurso, é necessário dizer que deve-se tomar muito cuidado com certos conceitos ou colocações:
Baseando minha opinião em poucos anos de fórum e muitos de empresa, já ví diversos exemplos e casos onde o camarada quer à todo custo extrair o máximo pelo mínimo - isso é mais que normal, mas o que falta é parametrizar isso.
Cansei de ver gente que entra aqui e quer fresar materiais difíceis ou ao menos fazer peças complexas e com grau de acuidade altíssimos até para máquinas ditas "profissionais", só que pensando em aproveitar este ou aquele material e gastando valores muito baixos mesmo... digo isso porque já sentí na pele em algumas ocasiôes que este caminho é finito, e muitas vezes pode até atrapalhar se mau entendido ou encarado...
Talvez os trabalhos do Sr Ishimura pareçam bem feitos - e o conceito de "bem feito" que estou usando aqui não é só no aspecto visual - mas ele usou uma frase em um de seus comentários que mexeu comigo desde que conhecí seu trabalho!
Ele fez uma série de peças de fixação baseando-se em partes que podem ser facilmente compradas prontas no mercado (e nem custam tão caro, mesmo aqui na "Terra Brasillis"), e disse que as fez para "aprimorar suas habilidades técnicas e seu conhecimento".
Então fazer uma máquina ou dispositivo usando materiais simples e aproveitando esta ou aquela parte , e juntando tudo com criatividade tem-se no final algo que pode até servir como prova de conceito, de estudo de forma e função, mas penso que deve parar por aí...
Eu penso que se você tem acesso a certas ferramentas e souber usá-las - ou se esforçar e estudar para aprender a usá-las - provavelmente suas técnicas e conhecimentos irão progredir bem mais se comparados a um que não tem acesso a elas - e aí sim, aqueles conceitos de funcionalidade, de prova de forma e função terão razão de servir como base para um troço definitivo e plenamente funcional...
Se todos nós nos esforçarmos para progredir em conhecimentos técnicos, no uso correto de ferramental e em conceitos mecânicos para citar poucos de uma lista enorme de necessidades, e ainda nos esforçarmos para ao menos tentar adquirir ferramental ou mesmo serviços de qualidade, muito provavelmente isso criará mais do que uma máquina ou dispositivo bem feito - criará uma forma de pensar e agir bem diferente do que vemos por aí.
Criará de um mercado com ítens de qualidade, de gente capacitada para pensar e discernir um pouco melhor o que é certo e errado, e de diminuir - se não acabar - com esta corja de "espertos" que te tungam pela direita e esquerda com materiais e serviços de péssima qualidade...
Eu penso que não quero mais escutar o slogan de que "Brasileiro tem jôgo de cintura" - "que Brasileiro é esperto" - eu quero mais é escutar que alcançamos uma excelência técnica e humana em diversas áreas...