Orlando, perdoe a minha insistência, mas os conceitos discutidos são importantes, são aplicáveis a um grande número de casos, mas embora relativamente simples, são frequentemente mal compreendidos, me deixa tentar mais uma vez:
depende do ponto de vista, estou pensando no resultado do trabalho executado pelo soft+eletrônica quando colocado em uma máquina e confeccionadas as peças.
Pois é, tudo depende de ponto de vista e alguns não permitem que se veja o panorama completo ...
Claro, a discussão não é exercício fútil, mera teoreba, visa alcançar os melhores resultados práticos ou até melhor do que isto, verificar se os resultados desejados são alcançáveis, acho que estamos de pleno acordo quanto a isto, não ?
arredondando o número de passos altera-se o ângulo de posicionamento ... ou não?será que a matemática está errada?
Não, a matemática nunca está errada, o que pode estar errado é o conceito adotado pra resolver um dado problema, certo ?
Veja, arredondar o número de passos não é uma opção, é inelutável, procure entender bem isto, é dessas coisas óbvias, mas que nem sempre enxergamos da primeira vez que olhamos ...
Tentando ser mais claro: chamemos de passo a menor unidade de movimento, mesmo que usemos micro passos. Cada passo é então uma quantidade discreta, a menor possível, não admite subdivisão, portanto o avanço será sempre em múltiplos dessa unidade. Se isto não coincidir exatamente com o resultado da divisão, obrigatoriamente teremos que escolher se avançamos para o proxmo passo além do calculado ou até aquele aquém do calculado. Isto é arredondamento do número de passos, erro de quantização, algo inevitável, exceto em raros casos e não importa qual seja a resolução do sistema.
Tentando traduzir para suas palavras: sim, o ângulo de posicionamento será alterado. E será alterado
sempre, exceto em raras ocasiões e por mera coincidência. Não podemos impedir o desvio relativo ao ideal, só podemos minimizá-lo e a primeira providência para isto é arredondar corretamente, isto é, para o inteiro mais próximo. A segunda providência é trabalhar com a mais elevada resolução possível.
estou considerando que o erro não é admissível ...
Claro que vc pode admitir ou deixar de admitir o que bem entender e "erro admissível" é algo que pode ser largamente arbitrário, por isto preferi exemplificar quantificando desvios absolutos e relativos, de modo a enfatizar que um sistema de resolução paupérrima como o do exemplo pode oferecer resultados surpreendente bons, ou se preferir, não tão catastroficamente ruins como vc - e eu - supomos ...
considerando o erro não admissível, não existe o que acumular, pelo menos não deveria.
Considerando o erro não admissível estaríamos impedidos de fazer qualquer coisa ... o erro
sempre existe, inevitavelmente, como espero ter demonstrado a contento logo acima ...
não, neste caso ... pois como já disse acima em vários casos não se pode admitir erros no posicionamento, então o estudo apresentado não é válido para estes casos, pois torna o resultado mascarado só percebendo-o quando a peça produzida já agonizou até a morte.
O estudo é absolutamente válido para este e qualquer outro caso ... simplesmente não existe na realidade a não admissão de erro, isto é impossível. Em qualquer circunstância sempre haverá erro, isto é algo vital que vc precisa compreender.
Sem especificar o erro tolerável para a peça - e isto é absolutamente indispensável - vc não pode afirmar nada, não saberá se é aceitável ou não ...
Digamos então que serão feitas duas placas "redondas" com os 23 posicionamentos circulares e cada um posicionamento feito um furo cego mas calibrado para pino guia com tolerância H7.Quando se posicionar as duas placas com as faces furadas (pois os furos são cegos) elas simplesmente não se encaixarão, tornando o erro não admissível, não importando se os furos estão próximos do centro ou ao extremo da placa, porém quanto mais ao extremo maior o erro.
Perfeitamente claro. Agora vc especificou e admitiu o erro ...
erro admissível para uma aplicação específica
Como venho insistentemente dizendo, o erro é inevitável, se o dispositivo divisor atende às exigências de uma aplicação em particular é outro capítulo ... a utilidade de alguns cálculos como os que cometi é justamente demonstrar que as exigências são atendidas ou não e tb demonstrar a importância da utilização de algoritmos corretamente implementados para minimizar os inevitáveis erros
Agora vai lá, dá uma espiadinha naquela planilhazinha e me diga: com um sistema tão canhestro, apenas 400 passos por revolução, vc não esperava que a coisa chegasse tão perto, né ?
Só de brincadeirinha cometi um desenhozinho pra ilustrar a magnitude dos erros:
As linhas vermelhas representam os 23 dentes da sua engrenagem, as pretas, os 400 passos do motor. O desenho está em escala.
Divisor -- com motor de passo
Espero que eu tenha conseguido exemplificar ... e não é de minha intenção desmerecer, minimizar ou rebaixar o trabalho de quem quer seja, estamos aqui discutindo sobre o resultado de acordo com nossos pontos de vista, e quem sabe através de um debate um resultado melhor seja obtido por qualquer um que tente algo futuramente.
Conseguiu sim. E acho que fazemos bem em discutir este assunto, toda vez que isto vem à tona fica claro que há diversos aspectos que causam confusão.