Blackmore,
Quando voce roda um programa simulador são usados modelos, ou melhor, representações aproximadas dos componentes, sistemas e sub-sistemas do mundo real.
Por exemplo, um resistor em altas frequências (centenas de MHz) apresenta capacitâncias e indutâncias, que geram reatâncias consideráveis nessas frequências, mas que são deprezíveis em aplicações em CC.
Um transistor de junção (NPN, PNP) também é representado por modelos, e existem vários tipos de modelos para transistores: modelo H, modelo S, modelo Ebers-Moll, .... Alguns desses modelos são para circuitos lineares, outros são mais apropriados para frequências elevadas, outros são para grandes sinais, pequenos sinais, ...
Um transformador, por exemplo, apresenta vários efeitos, que podem ser mais significativos em determinadas situações reais, como a saturação do núcleo, indutância de dispersão, resistências dos enrolamentos, capacitância entre espiras, resistência de fuga, capacitância entre primário e secundário, indutância de magnetização, resistência térmica, ... Esses comportamentos também podem ser modelados, de acordo com a as características da aplicação do circuito que usará o modêlo (uso em alta frequência, correntes elevadas, temperaturas elevadas, baixas frequências, componente DC presente, ...).
De fato, não existe um modêlo completo de um componente que sirva para qualquer situação que se apresente na prática. Daí, usarmos vários tipos de modelo, cada um mais adequado a uma aplicação. Inclusive, onde muita gente se engana, a escolha do modelo inapropriado pode levar a respostas erradas do circuito modelado.
Adicionalmente, a modelagem muitas vezes é incompleta, e não leva em conta o que ocorre numa montagem real, como o ruído, influência da temperatura, reflexões de sinais, descasamento de impedâncias, componentes alterados, especificações diferentes dos usados no modelo, capacitâncias e indutâncias parasitas de conexões e cabos, ....
Desse modo, no final da história, nada supera a montagem de um protótipo, que será prova do funcionamento do circuito com componentes reais, numa montagem real e não com meros modelos.
Modelar componentes, sistemas e sub-sistemas é quase uma arte, envolvendo o conhecimento detalhado do componente que será objeto da simulação. Pode-se usar programas, scripts, modelos físicos provenientes da literatura ou aproximações através da associação de componentes ideais para gerar modelos aproximados, mas adequados a uma certo cenário de aplicação.
Apesar do exposto, seria bom dar uma olhada no programa do curso, pra entender o que os organizadores tem em mente.