Caro Jorge e pessoal,
Gostaria de fazer alguns comentários e acréscimos, no sentido de aperfeiçoar / melhorar o circuito sugerido.
O bloqueio das tensões contínuas pelo capacitor e o ajuste do limiar de disparo do comparador ajustado pelo potenciômetro são artifícios que proporcionam boa imunidade contra a influência da iluminação espúria, boa sensibilidade e boa conformação do sinal. "Boa" aqui é quase eufemismo, via de regra o desempenho é excelente.
A entrada não inversora do comparador deveria ser ligada à terra (ou melhor, ao Vcc/2) através de um resistor de alto valor (100K). Para garantir que a tensão média nessa entrada seja zero (ou Vcc/2). Imagino que vc deve ter deixado isso para a resitência interna do comparador, e até já use assim, mas acredito que o uso da resistência seria uma boa prática.
Também acredito que o uso do comparador apenas, sem algum tipo de histerese (como no Schmitt Trigger) não seria o ideal. O comparador sozinho funciona, mas o Schmitt Trigger (ex.: 74LS14) introduz maior grau de robustez aos ruídos a esse tipo de circuito. Sugiro inclusive que o inversor usado no circuito original, de pouca serventia nesse aspecto, seja retirado ou substituido por um Schmitt Trigger.
Tomei a liberdade de sugerir um arranjo com amplificador de corrente (pra melhorar o Sinal, e trabalhar com maior relação S/N), eu já usei isto em algumas aplicações que fiz com fototransistores e LEDs Infra Red. O projeto desse tipo de circuito deveria ser feito dos componentes efetivamente utilizados na montagem. Pois o desempenho e os valores dos resistores são função da intensidade do LED, da sensibilidade do fototransistor, da luminosidade ambiente, etc. Assim, visando maximizar a amplitude do sinal de saída do amplificador (relação S/N), utilizo um ajuste de ganho. O ajuste deve ser feito medindo a tensão em TP1, de modo a maximizar a diferença entre as tensões de claro / escuro.
Também inclui o Schmitt Trigger para maior rejeição de ruídos, com um ajuste de limiar (posiciona a janela de 0,8 V do Scmitt Trigger).
Finalmente, também recomendo o uso de sensor transmissivo ao invés do refletivo por duas razões:
(1) O transmissivo possui construção mais "fechada", sendo mais imune a luz ambiente. O feixe de luz vai direto do emissor ao detector, o refletivo pode ser afetada por sujeira e falta de contraste (claro / escuro) ou se a distância entre o sensor e a superfície for grande. Ou seja, o transmissivo possuir melhor relação S/N. Acredito até que o sinal do transmissivo é tão intenso, que talvez simplique toda a "circuitaria" de tratamento de sinal que estamos discutindo aqui
(2) Dependendo da distância sensor / superfície refletora, o ângulo de condução do sensor reflexivo (ângulo em que o sensor "enxerga" o reflexo do LED) seja menor que o transmissivo. Já o transmissivo, pode até ficar recebendo luz metade de uma volta e a outra metade sem luz, o que aumenta a potência luminosa média recebida por cada volta e a relacão S/N.
Apesar do refletivo ser conveniente e prático, conforme o Jorge bem demonstrou, basta uma pintura no eixo. Acho que se puder usar o transmissivo o desempenho é melhor e o circuito pode ficar mais simples. Mas é necesário montar um disco ou algo preso ao eixo para interromper o feixe de luz.
Saudações tacométricas....