Autor Tópico: Projeto - Jiga "Smile" de testes eletrônicos  (Lida 19813 vezes)

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Offline Rudolf Waller

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Projeto - Jiga "Smile" de testes eletrônicos
« Resposta #75 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 13:18 »
Salve Sir Jorge,
Citação de: "cncnow"

Mas sabemos todos que essas "coisinhas" logo estarão superadas ... como diz a Ruth: No final vai valer a pena ...  :D

Com certeza :)

Acabei de achar a causa do probRema de ontem. Liguei invertido 2 fios dos 2 motores de 3A. Uma bobina estava ligada certa, já a outra inverti o tap central com uma extremidade. Ou seja, das 6 bobinas (2 de 4A e 4 de 3A), 3 estavam certas num par de fases, e no outro par uma estava certa e duas invertidas. Resultado: fusível queimado e um fet, idem. Justo o que não tinha sensor de temperatura. O ideal seria que cada fet e diodo tivesse um sensor...

Certo, certo... O fusível se rompeu. Mas o que deve ter causado a queima do fet e, mais importante: POR QUE ELE QUEIMOU??? O Smile deveria tê-lo protegido de alguma forma. Imagine: cada motor tem 6 fios. Será que ninguém nunca vai inverter nenhum fio jamais??? Ou isso se deu pelo fato de haver 3 bobinas ligadas em paralelo, sendo que 2 estavam invertidas?

Se você visse o tamanho da pulga que ficou atrás da orelha...

Outra pulga já dei um jeito: todos os testes anteriores foram usando somente o motor de 4A. Só ontem é que liguei os outros 2 motores, pois manteria a mesma condição de teste, independente do tipo de refrigeração dos componentes. Deve ter sido por isso que nos outros dias correu tudo bem :)

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #76 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 23:42 »
Oi pessoal,

É... o buraco era mais embaixo (ou não)...

O problema aparentemente não tem nada a ver com a ligação dos fios dos motores. Ainda não sei exatamente o motivo, mas o Smile está fornecendo uma corrente muito maior do que deveria. Em algumas tensões, ao invés de fornecer 1A, ele está fornecendo quase 7A. Como (por enquanto) não tem dissipador no Smile, o fet esquentou um pouquinho só a mais :) Não deu outra... Pifou.

Por um lado fiquei aliviado pela generosidade dele por fornecer tanta corrente, pois explica que a queima não foi devido à falha de proteção, e sim a bug de firmware ou componente soldado errado. Mesmo falha de firmware se corrige, já de proteção é um pouco mais complicado de se resolver. Imagina algo do tipo "tenha certeza que você está ligando os fios certos do motor, senão o Smile queima". Chegaria a ser hilário se não fosse dramático :)

Ainda não sei o motivo. Posso ter soldado componente errado, pode ser que os valores de componentes adotados funcionavam muito bem no protótipo, mas não serviriam tão bem numa linha de produção, pode ter sido causado pela fonte, que agora conta com um segundo trafo não tão potente quanto o primeiro (causando um ripple que antes não existia), pode ser...

De qualquer maneira, só posso recomeçar os testes depois que isto estiver corrigido. Até lá, deixo aqui os dados da primeira bateria, pois acho que o Smile forneceu a corrente certa:

VFonte;IMotor;TAmb;FChop;DChop;FCirc;DCirc;RSense;Mot3A;Trilha;Mot4A
 11.921; 1.000;28.3; 29.018; 29.004; 37.448; 48.951; 30.985; 28.656; 31.299; 28.300

Abraços,
Rudolf

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Projeto - Jiga "Smile" de testes eletrônicos
« Resposta #77 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 08:33 »
Rudolf,

Espero que descubra logo e sem muitas dores a causa dessa falha...

Pelho certeza que você, do jeito que é meticulo irá desvendar o mistério da corrente desobediente...

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« Resposta #78 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 08:59 »
Rudolf, dá pra esclarecer os parâmetros mensurados ? Alguns são óbvios, outros nem tanto ...

VFonte;IMotor;TAmb;FChop;DChop;FCirc;DCirc;RSense;Mot3A;Trilha;Mot4A

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #79 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 09:33 »
Salve Sir Jorge,
Citação de: "cncnow"
Rudolf, dá pra esclarecer os parâmetros mensurados ? Alguns são óbvios, outros nem tanto ...

VFonte;IMotor;TAmb;FChop;DChop;FCirc;DCirc;RSense;Mot3A;Trilha;Mot4A

Simbora:

Onde:
VFonte:Tensão da fonte (V)
IMotor:Corrente do motor (A)
TAmb:Média da temperatura ambiente (todas as temperaturas em ºC)
FChop:Temperatura no fet do chopper
DChop:Temperatura no diodo em antiparalelo com o fet do chopper
FCirc:Temperatura no fet do circuito de recirculação de corrente
DCirc:Temperatura no diodo em antiparalelo com o fet do circuito de recirculação de corrente
RSense:Temperatura em Rsense
Mot3A:Temperatura no motor de 3A
Trilha:Temperatura na trilha de uma fase
Mot4A:Temperatura no motor de 4A

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #80 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 15:29 »
Mestre Fabio,
Citação de: "fgilii"

Espero que descubra logo e sem muitas dores a causa dessa falha...

Deduzi durante a noite e comprovei hoje cedo! Adivinha se dormi direito :)

A saída de um PWM funciona ligando uma chave durante um tempo Tlig e desligando durante um tempo Tdesl, sendo que o tempo total (Tlig+Tdesl) é constante, o chamado período do PWM.

Por uma questão de confiabilidade nas leituras, o menor Tlig no Smile é de 3us. Abaixo disso só se lê ruído do fet quando chaveia.

Como estava usando motor de 4A em paralelo com 2 de 3A, devido à indutâncias destas 3 bobinas, mesmo 3us era muito tempo. Dependendo da tensão da fonte chegava a fornecer 6,7A acionando o fet do chopper com 3us num período total de de 40us (25KHz).

Ou seja, enviando energia ao motor somente durante 7,5% do tempo e tendo uma recirculação de corrente bem eficiente estava circulando 7 vezes mais corrente do que o necessário  :shock:

Resumindo: o fet queimou pelo fato do Smile ser muito eficiente na transferência de energia :)

É mole???

Se o Smile tivesse com um monte de dissipador, quem poderia ter queimado seria o motor. Como não gostei muito deste "efeito colateral" desta eficiência, o Smile só vai energizar o motor se estiver acima deste limite, pois ele não saberia exatamente qual a corrente que estaria fornecendo ao motor.
Citar

Pelho certeza que você, do jeito que é meticulo irá desvendar o mistério da corrente desobediente...

Desobediente??? Tava era obediente DEMAIS!!! :)

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #81 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 15:50 »
Rudolf,

Mas quer dizer que é por exesso de eficiência???

Hmmmm...
Então uma pergunta que talvez caiba:

Já que o driver usa do recurso (super interessante por sinal) de chavear e manter "aquele" diodo para recirculação "quando os motores estão parados", e nos seus testes o motor - na realidade 3 ligados em série para efeito de carga que são considerados um só pelo driver - não será a presença daquele diodo que estará contribuíndo para que a corrente fique circulando "indefinidamente"???

Considerando as perdas, haverá sempre uma diminuição, mas estas diferenças seriam compensaras pelo driver, que como se fosse um "pinga-pinga" iria mantendo-a nos níveis máximos.

Outra coisa quye me ocorreu:
Será que pelo fato de você ter associado 3 motores em série, como será que ficou a "indutância" em relação à "resistência" (desculpe se não uso os termos corretos, mas já sabe porque...)

Digo - um motor tem uma determinada indutância e uma determinada resitência...associ ar 3 motores em série alteraria certas grandesas - ou uma ou outra sofreria alguma alteração...

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #82 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 17:38 »
Mestre Fabio,
Citação de: "fgilii"

Mas quer dizer que é por exesso de eficiência???

Imaginei tudo quando queimou o fet, menos isso.

Esqueci de comentar, coloquei um nema23 (1A) no lugar dos outros motores, e a corrente fornecida é sempre 1A, independente da tensão da fonte. Faz sentido, já que o tempo em que o fet fica ligado é bem maior do que 3us :)

Os testes já começaram, e estarei usando o nema23 até o limite térmico dele (95º) for alcançado. Daí em diante ele será substituído por outro maior, e asim por diante.
Citar

Já que o driver usa do recurso (super interessante por sinal) de chavear e manter "aquele" diodo para recirculação "quando os motores estão parados", e nos seus testes o motor - na realidade 3 ligados em série para efeito de carga que são considerados um só pelo driver - não será a presença daquele diodo que estará contribuíndo para que a corrente fique circulando "indefinidamente"???

Isso, com somente uma correçãozinha e um complemento: Os motores foram colocados em paralelo, e não em série; e a corrente fica circulando até que seja "consumida" pelas perdas na bobina e no circuito do Smile.

Como é muito mais fácil manter a corrente circulando do que injetá-la num indutor, temos um driver mais eficiente.

Se conseguirmos transferir esta eficiência ao motor quando ele tem que girar (mudar de passo), poderíamos ter um aproveitamento muito melhor do motor (torque, ...).
Citar

Considerando as perdas, haverá sempre uma diminuição, mas estas diferenças seriam compensaras pelo driver, que como se fosse um "pinga-pinga" iria mantendo-a nos níveis máximos.

ISSO
Citar

Outra coisa quye me ocorreu:
Será que pelo fato de você ter associado 3 motores em série, como será que ficou a "indutância" em relação à "resistência"

Como (acho) a indutância é maior num motor maior, trocando os 3 por um menor seria como trocar por uma indutância menor. Como o campo magnético é proporcional à corrente e ao quadrado do número de espiras, teríamos um campo menor, ou seja, não armazena tanta energia como nos outros 3. Aí o fet do chopper tem que suar um pouquinho mais, sainda da região "muito econômica" :)

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #83 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 17:50 »
Oi pessoal,

Sugiro continuarmos a troca de idéias sobre os testes térmicos do Smile no tópico dele (http://www.guiacnc.com.br/viewtopic.php?p=19900#19900).

Este continuaria com os detalhes da jiga Smile de testes eletrônicos.

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #84 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 22:03 »
Rudolf,

Juro que estou tentando me atualizar aqui, mas voce escreve muito, nao da para resumir ?

Tenha do dos meus neuronicos, queima FET por que é eficiente ? entao estou com um PC aqui, super eficiente, pois queima de tudo ... fonte, placa mae do bode, CPU, placa de rede, ate a cor eu tive que mudar, mas ele ja esta pensando em queimar o software tambem ... heheheeeeee

Brincadeira Rudolf, mas vou querer entender direitinho estas suas experiencias e quem sabe ate poder lhe ajudar em algo ... hehehee

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #85 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 22:28 »
Fala sumido :)
Citação de: "Mac_RC"

Juro que estou tentando me atualizar aqui, mas voce escreve muito, nao da para resumir ?

Respondi em http://www.guiacnc.com.br/viewtopic.php?p=19919#19919 , tá?

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #86 Online: 21 de Fevereiro de 2007, 12:39 »
Oi pessoal,

Saiu a primeira fornada :)

A primeira bateria de testes com a corrente de 1,0A terminou, e os dados estão no tópico http://www.guiacnc.com.br/viewtopic.php?p=19992#19992.

O sistema de testes foi começar a segunda bateria de testes com 1,5A, e aí a fonte arriou. A primeira tensão (12V) vai para 10,5V se o Smile fornece 1,0A. Fornecendo 1,5V cai para uns 9V. Fiz um teste rápido com 3,5A, e aí a fonte caiu para uns 8V. Fica difícil comparar dados de 10,5V (que, na verdade, deveriam ser de 12V) com 8V. Parei tudo!!!

Vou ter que refazer a fonte da jiga. Pretendo juntar algumas idéias que pulularam neste tópico páginas atrás, e usar a seleção dos enrolamentos através dos reles (esta parte está pronta) com um TRIAC chaveando o primário dos trafos.

Seria mais ou menos assim: Numa determinada etapa de teste, é preciso que a jiga forneça 50,0V @ 3,0A (por exemplo). O PC manda a jiga chavear os reles de tal maneira que a fonte fornece pelo menos 50,0V, e avisa à jiga que precisa de 50,0V. A jiga chaveia os reles, que faz com que a fonte forneça 52V (por exemplo) ao Smile. O Smile se ajusta automaticamente à esta tensão (este ajuste inicial já faz parte do Smile há muito tempo) e, depois de uns poucos segundos, fornece 3,0A ao motor. Como a fonte é linear, a saída pode cair para abaixo de 50,0V desejados. O PC manda parar tudo, seleciona a próxima tensão (56V, por exemplo), e recomeça a seqüência acima, até que a saída da fonte seja maior do que 50,0V.

A partir deste ponto, a jiga, já sabendo da necessidade do PC (que havia configurado a tensão de saída para 50,0V) começa a controlar o TRIAC do primário dos trafos para que a saída permaneça quase estável em 50,0V.

Sim, haverá ripple na saída da fonte. Só que, como o ângulo de disparo ficaria muito próximo de 0º pelo fato da seleção dos enrolamentos ficar um pouco acima da tensão necessária, o ripple causado pelo disparo do TRIAC deverá ser bem pequeno. Acho que o ripple devido à queda de tensão causada pela fonte linear deverá ser bem maior.

De uma maneira ou de outra, a gente não pode esquecer que cabe ao Smile se virar e fornecer uma corrente estável ao motor, independente de quaisquer variáveis.

Sempre lembrando do Murphy, "Nada é tão simples quanto parece" :)

Ferro de solda, aqui me tens de regresso :D

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #87 Online: 26 de Fevereiro de 2007, 23:27 »
Oi pessoal,

Fiz o teste com o triac controlado pelo DSP. Não vou dizer que ficou ruim, ficou simplesmente horrível!!! A tensão ficou variando em torno de +/- 2V. Até pensei em colocar um detector de passagem por zero para poder controlar melhor a tensão, mas mudei de idéia antes mesmo de começar.

Se um trafão daquele tamanho tá arriando a tensão de saída de 13V para 8,5V com somente 3,5A, imagina quando tentar levantar a corrente máxima que o Smile poderá fornecer (imagino algo em torno de 15A)!!! Nem pensar!  :shock:

A cabeça começou a girar. A jiga pronta para o teste, o software pronto para o teste, o Smile tirando tudo de letra, querendo mostrar serviço, e tudo parado por causa da fonte.

Normalmente pediria ajuda aos universitários. Como o pepino era muito grande, nem perdi tempo, fui logo pedindo ajuda ao PHD, vulgo mestre dos mestres :)

Liguei para o Sir Jorge e, enquanto colocava de lado um lençol encharcado e pegava outro para continuar enxugando as lágrimas, passei uma dose generosa de óleo de peroba no rosto e ME convidei para baixar na masmorra de mala e cuia. Se o Sir Jorge não conseguisse dar um jeito na fonte, bom, nem vou pensar nisso. AINDA não tá na hora de desesperar :)

Cheguei na masmorra no sábado de manhã, e começamos levantando as necessidades da super fonte. A gente tem que saber exatamente o que quer para resolver um problema. Quem sabe existe outro caminho melhor? E foi o que aconteceu :) Ao invés de usar uma fonte linear, vamos usar uma chaveada!

Cuma??? Se tá difícil fazer uma linear funcionar, o que dirá fazer uma chaveada???

"Elementar, meu caro Rudolf". Vamos pegar uma fonte de PC e alterá-la para que funcione da maneira que a jiga precisa. Ohhhhhhhhhhh!!!!! :)

Começamos pegando uma fonte AT de 200W e verificando como alterá-la. Para pegar uns atalhos, nos baseamos num email antigo do mestre Fabio Cicuto, especialista neste tipo de cirurgia plástica :)

Tira um capacitor daqui, arranca outro dali, tem uns resistores sobrando acolá... Até parecia uma lipo-aspiração :)

UAU!!!! Através de um potenciômetro de ajuste, conseguimos variar a saída de uns 8V a 25V, mole, mole :)

Aproveitei que o Sir Jorge foi dar umas voltas e resolvi mostrar serviço, tirando fora o trafo, deixando as extremidades dos enrolamentos à vista. Após colocar todos os enrolamentos do secundário em série, cheguei a estonteantes 100,3Vac!  Bão, usando a calculadora, 100,3Vac devem chegar nuns 140Vdc :shock: Isso numa fontinha usada de PC de 200W!!! 8)

Próximo passo, ligar os enrolamentos em série ao restante do circuito. E o resultado foi chocante, mais impressionante do que poderia imaginar!

Começou fazendo uns ruídos "bzzzzbzbbzrrrrrffff fffssssssxxxxxxx POU!!!" :shock: (cara de "o que foi que eu fiz?")

Uma súbita, grossa, volátil e farta fumaça cinza suge do meio das entranhas, não de um, mas de dois transistores... Será que não prá imaginar o susto, o gagaço e o glup que dei? Era algo do tipo "será que dá prá voltar a fita só uns segundos?".

E, quando estava começando a me acostumar com o clima de "onde fui amarrar minha égua?", surge, impávido e colosso, Sir Jorge. E solta aquela pergunta tão inocente, que dá uma vontade tão grande de se esconder debaixo da mesa "E aí, como está indo?" :shock: GLUP...

P u t z... É só ele virar as costas e já vou fazendo trapalhada. E logo agora que estava indo tão bem (claro, ele tava acompanhando tudo de perto, evitando que eu fizesse estas trapalhadas). Tava até conseguindo me comportar como aquele aluno pentelho que finalmente consegue fazer alguma coisa de útil. Adeus, reputação que mal nasceu...

Depois de um "já que tem que pifar, que seja assim, explodindo tudo", me  sugere que troque os dois transistores (que estavam com um pedaço a menos de uma perna, simplesmente evaporada) e os 2 resistores que vão na base.

E aí começa o tal de troca, checa, levanta pino prá conferir melhor, será que este outro também foi pro s * c o, checa outro, ...

E nada de querer funcionar... Suspeitamos que o controlador, tão amigo e parceiro dos transistores fumadores, os acompanhou ao céu dos componentes... Isso que é amizade :)

Depois de 1 minuto de silêncio pelos ditos cujos, pegamos outra fonte prá brincar mais um pouco. Ainda bem que levei 3 :)

Começa tudo de novo: tira capacitor daqui, resistor dali, e a placa emagrecendo...

Ligamos para fazer um teste: beleza, regulou joinha. e muda aqui, altera ali... E agora, por que não está funcionando como era de se esperar? E muda, altera, tira, poe, confere, testa, ... Catzo, o que tá acontecendo??? Vamos voltar ao que estava antes... Funciona... E recomeça a cirurgia, agora com mais cuidado...

Péra!!! O que este curto está fazendo aqui? Pela enésima vez solto um "Foi mal, aterrei a entrada de realimentação. Deve ser por isso que não estava funcionando direito" (eu disse frases assim o dia todo) Ainda bem que o Sir Jorge tem tanta paciência com os aprendizes de neófitos :)

Bão, depois que os erros são corrigidos, o que sobra é sucata ou algo que funciona. Ainda bem que foi a segunda 8) Ufa... Finalmente...

Legal, vamos colocar carga prá ver se consegue regular a tensão. Aham... Adivinha?

De volta à prancheta! O que foi desta vez? Sabe como é gato escaldado tem medo de água fria. Por via das dúvidas, conferi, reconferi e triconferi. E não é que...

Pô, agora tava certo! Que marcação da sua parte, achar que só faço trapalhada!!!

Bão, sendo assim, por que não funciona direito? "Então tá, vamos encerrar por hoje, ok?"

Conversa sobre isso, conversa sobre aquilo... Causos e mais causos do Sir Jorge :)

"E se a gente colocar a realimentação sinal neste ponto, será que funciona?" E mexe, muda, troca componente. Enfim, funciona 8) "Péraí... Que chiado é esse?" E tome teoria, datasheet, rabiscos... Tenta isso, tenta aquilo... E nada...

"Então tá, vamos encerrar por hoje, ok?" E tome mais conversa :)

"O circuito da fonte tem um RC, que tiramos. Não deve ter nada a ver com esta chiadeira, mas quem sabe?" E tome R, e tome C :)

Liga o interruptor e... cadê o ruído que tava aqui? O rato comeu. E cadê o rato? O gato... Esquece, esta é outra história :) Os dois já tavam vesgos de tanto olhar componente, ler especificações, datasheet, ... O tico já tava no segundo ronco e o Teco, deseperado, aproveitou uma distração e pulou pela janela...

Vê se dá prá imaginar: 2 caras de bobo, um olhando pro outro, sem saber porque funcionou. Enquanto coloco a sugeira debaixo do tapete com um "nem quero saber como funciona este RC", Sir Jorge, solta um "não vou conseguir dormir hoje pensando em como funciona este RC". Como diria meu irmão, "quem nasce Rudolf nunca chega a Sir Jorge" :)

Sei, sei... e a regulação, como fica?

Colocamos uns 15V na saída da fonte através de um potenciômetro e, enquanto Sir Jorge toma conta do multímetro, ligo um resistor de 4R7 (dá uns 3A de corrente). Sir Jorge só pergunta "Já ligou?". A tensão só cai uns 10mV 8) Tentamos com outras tensões, com o mesmo resultado. A saída quase não se altera 8)

Fechamos o final de semana com uma chave de ouro e uma fonte que pode ser regulada de 0V (ZERO volts) a uns 25V na saída original de 12V, e de 0V a 13V na saída de 5V, lindo, lindo, lindo 8)

Mas espere, não é só!

A fonte do PC retifica a tensão em meia ponte. Se colocarmos mais alguns diodos para fazer uma ponte completa, a fonte dobra esta tensão 8)

Detalhe: não sei o quanto os números da fonte são confiáveis, mas a etiqueta da fonte dizia que a potência é de 300W, com as saídas de 5V podendo fornecer 28A e de 12V, 18A 8)

O que mais achamos interessante é que com tanta surra que levamos, conseguimos entender como o controlador do PWM da fonte funciona. Com uma certa facilidade podemos alterar qualquer fonte de PC e ligá-las em série na jiga. Acho que com mais 1 ou 2 fontes podemos chegar a tensões bem mais altas, com correntes muito interessantes e, mais importante, com uma regulação impressionante 8)

A teoria é linda, no próximo final de semana é que vamos ver na prática se isso se confirma :)

Abraços,
Rudolf

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #88 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 12:38 »
(texto copiado do tópico http://www.guiacnc.com.br/viewtopic.php?p=20476#20476)

Grande Mac,
Citação de: "Mac_RC"

Falei dos segredos para transformar fonte de PC em fonte variavel ... não disfarça não ... heheheeee

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh hhhhhhhhhhhhhhhhh, tá! Por que não falou logo? :D

Pelo que entendi, a maioria das fontes funciona baseado num controlador de PWM como o TL494. Compare a pinagem do controlador da sua fonte com o TL494 (são MUITO parecidos) e faça a comparação entre os pinos.

Este CI tem um gerador de rampa (gerado por um RC externo) que é comparado com um ajuste de tempo morto (dead-time), pino 4.

A rampa também entra num outro comparador, cuja outra entrada vem da saída de  2 comparadores (pinos 1 e 2, e 15 e 16) e uma entrada de realimentação, pino 3.

Estes 2 comparadores servem para uma série de recursos (sobre corrente, sobre tensão, ...), além de ajustar a tensão de saída propriamente dita. Tire fora todos os componentes que são ligados aos pinos 1, 2, 3, 15 e 16, exceto um RC que costuma existir entre os pinos 2 e 3.

Ah, aproveita e já tira TODOS os capacitores ligados a todas as saídas, a não ser que você queira ver umas explosões :)

O corte-costura e os componentes e a serem colocados são:
Pino 1- resistor de 1K para o terra, e resistor de 4K7 para a saída de 12V;
Pino 2- tap central de um potenciômetro linear de 10K, sendo que uma extremidade vai ligada ao terra e a outra ao pino 14. Também coloque neste pino um  capacitor de 100nF ligado ao terra. Mantenha o RC que é ligado ao pino 3;
Pino 3-Mantenha o RC que é ligado ao pino 2;
Pino 4-ligado no terra;
Pino 15-ligado no 14;
Pino 16-ligado no terra;

Coloque o positivo de capacitores eletrolíticos de tensão de pelo menos uns 50V na saída de 5V e 12V, e o negativo no terra.

Este é o feijão com arroz :) Só e somente só isso.

Assim você consegue controlar a saída de 5V (com uns 25A) entre 2V e 13V, e a saída de 12V (com uns 15A) entre 8V e 25V.

Além do feijão e arroz, você quer uma salada, ou seja, controlar a saída a partir de 0V? Alimente o pino Vin (não me recordo  do número do pino) com uma tensão entre 8V e 40V. Confirme estes limites com a documentação do controlador da SUA fonte. Estes são do TL494.

Também quer uma verdura? Pegue as saídas do secundário do trafo e retifique em onda completa. O normal é meia onda. Aqui vou deixar em aberto, pois ainda não fiz esta alteração.

Tá a fim de uma sobremesa? Tire o trafo, identifique cada enrolamento do secundário, e religue-os de forma a conseguir maior corrente e/ou maior tensão na saída. Dica de ouro: Se a tensão (retificada) na saída de 12V estiver acima de uns 35V, é necessário alimentar o pino Vin do controlador por uma fonte externa, ou garantir de alguma forma que esta tensão não seja ultrapassada. Experiência própria: tem componente que estoura legal :)

Vai um cafezinho? Use o outro comparador (pinos 15 e 16) que foi desabilitado para fazer um limitador de sobre-tensão, sobre-corrente.

Bom apetite :)

Moleza, não? Como costuma dizer um amigo meu, "depois que a onça tá morta, todo mundo vem e chacoalha o rabo". Da minha parte, só estou tirando a foto com ela e levando a fama, pois quem deu um jeito nela foi o Sir Jorge :)

Abraços,
Rudolf

PS: Me corrijam se estou enganado em algum ponto, tá? Estou escrevendo sem acesso à pinagem do TL494.

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« Resposta #89 Online: 07 de Março de 2007, 23:18 »
A cavalaria tá chegando!!! Aiôuu, Silver :)

Faz mais de um ano que começamos a fazer o Smile (driver de motor de passo).Por uma gentileza muito grande do mestre Arnaldo, fiquei quase que o ano passado inteiro com o osciloscópio dele emprestado. Depois voltamos a ficar só com os multímetros e a imaginação para saber o que poderia estar acontecendo no circuito.

Agora aconteceu mais uma grande alavancada no projeto!

Aconteceu mais ou menos como apertar mais um pouco o cinto para comprar um fusca, ficar sabendo que o carro mais barato é parecido com um Golf e, quando vamos pegá-lo, nos deparamos com uma Mercedes :shock:

Semanas atrás sentamos com o mestre Arnaldo para ver qual seria o osciloscópio que mais se enquadraria para ter na bancada, levando-se em consideração que o bolso tá curto e que deveria ser o único a ser comprado, ou seja, não existiria a hipótese de trocar por um melhor lá na frente. Chegamos a um digital de 100MHz, pois existem alguns sinais que é muito difícil um analógico pegar e pelas velocidades envolvidas em partes de algum projeto que venha a montar.

Procuramos no Mercado Livre e achamos um digital lindo, 100MHz, 4 canais e por R$ 2500,00. Dado! Olhei no cofrinho e, desânimo geral, mal tinha mil pilas. Fazer o que?

Conversando mais prá frente com o Sir Jorge, chegamos a conclusão que uma boa pedida seria pesquisar MUITO na Santa Ifigênia atrás de um analógico que custasse, no máximo, R$ 1000,00. Claro, não era o ideal. Só que é melhor um pássaro na mão...

Na quarta da semana passada fiquei sabendo que tenho um crédito pessoal já aprovado no banco. Êba!!! Voltemos a procurar pelo digital!

Na quinta mesmo fico sabendo pelo Mercado Livre de um que não só se enquadra no que precisamos como vai bem além. Sempre assessorado pelo mestre Arnaldo e o Sir Jorge, tiro algumas dúvidas com o vendedor e batemos o martelo. Combinamos de ir pegá-lo em Campinas no sábado para pegar umas aulas do funcionamento do bicho.

Surpresa das surpresas! Quem chega no sábado de manhã lá em casa??? Ele, o mestre Arnaldo em carne, osso e simpatia :) Ele também queria ir à Campinas buscar o rapaz. Simbora!!! :)

Chegamos na casa do Marcos (o vendedor do equipamento) e levamos o maior susto: o osciloscópio é gigantesco :) Exatos 483mm x 556mm x 234mm. Prá quem tá acostumado com equipamentos pequenos, este é um verdadeiro Golias :)

Enquanto fiquei conversando um pouco com o Marcos, o mestre Arnaldo pilotava o osciloscópio (o Marcos não o conhecia muito bem). Depois de uns 15min o Arnaldo já estava tão à vontade como se sempre tivesse trabalhado com ele. Quem manja, manja :)

Bão, prá resumir a história, acabamos comprando lebre por gato. É isso mesmo, compramos um gato e veio uma lebre :)

O HP16500A é um analisador lógico e que pode ter um osciloscópio opcional. A CPU é um 68000 rodando HP-UX (uma versão Unix) carregado através de 1 dos 2 disk-drivers. O painel frontal é bem simples. Parece que sem todos aqueles botões de um osciloscópio é mais barato  Ele possui um botão giratório (encode), um conector para teclado e/ou mouse (quase não usei o mouse, que, aliás, vem com uns 2m de cabo) e, pasmem, uma tela touch-screen colorida :O Aquela mesma que tem nos caixas eletrônicos. É impressionante a facilidade de uso. A gente fica tão mal acostumado que por diversas vezes quase toquei o monitor do PC :)

Mas espere, não é só :)

O gabinete possui 5 baias para colocação dos módulos analisadores. O osciloscópio é composto de pelo menos 2 placas: uma para a base de tempo (com entrada de trigger e de compensação de sinal) e outra de aquisição (com 2 canais de 100MHz e 400Msa/s). No domingo fui colocar outra placa e percebi que a placa de base de tempo permite a ligação de 4 (QUATRO) placas de aquisição, ou seja, poderia ter um osciloscópio de 8 (OITO) canais :O Nem sabia que existia isso! Tá pouco? Quer mais? É possível ligar outro gabinete de expansão que pode acomodar outro conjunto acima, ou seja, um osciloscópio de 16 canais :O

Além destas 2 placas do osciloscópio, vieram uma placa analisadora lógica de 16 entradas de 1GHz, uma outra de 80 entradas de 100MHz e 2 de geração de padrão digital de 80 saídas cada e taxa máxima de 50Mbit/s

O legal é que estes módulos conversam entre si. É possível mostrar os 2 canais do osciloscópio junto com diversos canais lógicos e mostrar todos os sinais numa única tela e sincronizadas entre si :) Um exemplo seria mostrar no Smile as entradas de pulso e direção, os 4 sinais digitais que vão pros 4 drivers dos mosfets e as tensões em cima dos 2 resistores sensores de corrente. Ainda não conheço o suficiente (mal estou na metade do primeiro manual), mas acho que no exemplo acima poderia programar 1 saída (passo) para que oscilem a uma taxa fixa de 10KHz e outra (direção) que mude de estado a cada 10s. E ainda sobra um monte de entradas e saídas querendo serviço  E o disparo do trigger no osciloscópio e no analisador lógico tanto pode ser por um nível de uma entrada analógica como um evento gerado por uma série de entradas digitais. E ainda tem um conector de entrada e outro de saída que são habilitados quando se configura a ligação dos módulos que não faço a menor idéia de como funciona 

Pensa que acabou?

Este equipamento foi feito para realizar testes bem complexos (ou eu é que não conheço nada e fico perdido no meio de tanta informação), testes estes controlados por um computador. Para isso ele possui uma interface serial RS-232 e uma HP-IB, que foi criada para este fim. Já tive a oportunidade de acompanhar um teste de telefone público ser realizado de forma bem versátil através deste tipo de recurso. Foi justamente me lembrando daquele teste que imaginei a versatilidade da nossa jiga.

Nem precisa dizer que estou com coceira de fazer todo este potencial funcionar. Infelizmente as pontas de prova não faziam parte do pacote. O Marcos gentilmente me cedeu 2 quebradas, sem a “ponteira”, uma da HP que fazia parte do equipamento e outra da Tektronix. Quero ver se nos próximos dias providencio umas pontas.

Abraços,
Rudolf

 

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