Eu tb vou dar meu pitaco quanto ao dimensionamento de fontes, grunhindo pela citação descontextualizada, que eu odeio, pq que gera esse toró de parpites e que eu amo, pq gera esse toró de parpites
Quanto ao Gecko 202:
Um aspecto que não vi considerado aqui é que trata-se de um driver pra micropassos, 1:10. Isto significa que a corrente é - com grande aproximação - senoidal. E as correntes de ambos os enrolamentos estão defasadas de 90 graus. Isto significa que a corrente total drenada pelo motor, a soma das correntes em ambos os enrolamentos, varia entre 1 e 1,4 vezes a corrente por fase, dependendo do ângulo (elétrico) em que o motor se encontra no ciclo.
Portanto a fonte pode ser dimensionada multiplicando a soma da correntes pelo inverso da raiz quadrada de 2, ou seja, o seno de 45 graus, que corresponde ao valor de pico da corrente total: 0,707(Ia + Ib) ou seja 70% da soma das correntes de ambas as fases, um valor bastante próximo ao mencionado pelo Adilson.
Atribuo a diferença ao critério de cálculo ou medida, aqui RMS [ 0,707 Ipico ] e média [ 0,637 Ipico ], tb frequentemente adotado.
Quanto às outras interfaces que não oferecem micropassos:
A coisa aqui é bem óbvia: se o modo de operação for onda [
wave drive] , com uma única fase energizada a cada passo, basta considerar a corrente nominal por fase.
Se o modo de operação for o padrão convencional, com duas fases energizadas a cada passo, basta considerar a soma das correntes, ou seja duas vezes a corrente nominal por fase.
Se o modo de operação for meio passo - que já é micropasso, alguns preconizam o mesmo critério que para o cálculo de drivers com micropasso de maior resolução, um critério que eu rejeito, a menos que a a velocidade de operação situe-se sempre, garantidamente, acima de algumas dezenas de Hz.
O motivo da minha discordância:
Adoto sempre o critério da pior condição, o que no caso de um motor operando a meio passo ocorre quando está parado, com duas fases energizadas, uma situação em que obviamente o critério da média ou RMS é inadequado, a fonte seria submetida a uma sobrecarga importante de cerca de 30% ...
Em suma, de modo geral prefiro dimensionar as fontes pelo critério da soma das correntes, sem aplicar fatores de demanda, no caso de interfaces e aplicações convencionais. O custo, peso, volume adicionais são frequentemente desprezíveis, o pequeno investimento adicional que isto significa em relação ao custo total da máquina justifica-se plenamente considerando o ganho quanto a segurança do conjunto. É bom lembrar que as fontes estão na origem de muitos dos problemas de desempenho e confiabilidade ... a menos que se trate de máquina de grande porte, não seria muito inteligente querer poupar alguns amendoins aqui ...