Oi pessoal,
Enfim o dia do raio-x do driver na masmorra do Sir Jorge chegou. Será que ele está bom ou tem muita coisa a ser corrigida? Será que estamos indo no caminho certo? O que Sir Jorge achará que não percebi aqui? Nada melhor do que outra pessoa (principalmente uma autoridade) para questionar "este fio tá solto ou é assim mesmo?"
Não tenho vivência em driver, até pouquíssimos meses atrás nunca tinha mexido com mosfet, não faço idéia como avaliar um projeto destes. Chega a ser paradoxal.
De comum acordo, fui para corrigir tudo o que acharmos que não está legal. Sendo assim, só não levei a bancada por não caber no carro. Parecia até que estava de mudança. Computador, componentes, motores, ... Haja tralha
E aí começaram os teste:
-Pré driver: aprovado com louvor
-Tempo de aquisição do A/D para realimentação da corrente: 18us (deveria ser 4us). Putz! Tá explicado por que só funcionou após o filtro RC. Eu poderia estar lendo a tensão em Rsense após o corte do fet. Isso explica muita coisa!
-Salgadinhos que a lady Ruth trouxe: aprovados com honra ao mérito
Péra aí... isso não é teste de driver! Acho que não, mas ficou bem melhor de testar depois da rápida boquinha. Ainda mais com o carinho que ela teve em trazer salgadinhos especialmente para mim (sou vegetariano). Nota 10 para os salgadinhos e 11 para a lady Ruth!
-Funcionamento geral do mosfet: aprovado pelo osciloscópio e o som estava legal.
Vamos fazer o driver girar um motor. Em 6KHz, em 30V e em meio passo rodou com bastante torque. Parece que isso não é comum.
Aí Sir Jorge fez uma pergunta que gostei muito de responder: "Posso colocar 60V nele?". Estufei o peito e respondi "Pelos componentes teoricamente podemos chegar a mais de 150V". Detalhe: nunca tinha colocado mais de 24V nele. Rodou que é uma belezura!
Melhor impossível! Achamos o que causava o mal funcionamento da realimentação sem o filtro RC
Medimos os tempos envolvidos e descobrimos que não estavam tão estáveis quanto deveriam estar. Já estava desconfiado disso em casa.
Então começaram os pesadelos
Olhando mais cuidadosamente a tensão no dreno reparamos um sinal que, coincidentemente, já havia visto nesta mesma masmorra, quando batemos um papinho com a placa do mestre Fabio Gilii.
Normalmente o sinal no dreno fica próximo do terra quando o fet está conduzindo e na tensão da fonte quando não está. Aparecia um sinal intermediário que ficava no meio do caminho entre a fonte e o terra. Na placa do Fabio, que era movida a L297 e 7409, isso foi resolvido aumentando a tensão que vai pro gate. Fizemos um corte e costura, colocamos quase 20V (eram 12V oroginalmente) e... tudo igual.
E agora??? Poderia ser tanta coisa... Resolvemos mudar a realimentação. Ao invés de ser por PWM seria comparando a corrente. Se estiver abaixo da referência, liga o fet. Se estivar acima, o desliga. "Me dá meia hora a 1 hora que altero isso". Ledo engano
Parada pro almoço que, por sinal, estava muito bom, para recarregar as energias. Novamente, parabéns à lady Ruth e suas fiés escudeiras, as irmãs do Sir Jorge que estavam lá.
Na volta, cadê que o emulador quis funcionar? Putz, por esta eu não contava. Ele tropicou durante um tempão, até que resolveu voltar a funcionar quase normal muito tempo depois. Entre tropeços, alterações e ajustes, horas se passaram.
A primeira reação do Sir Jorge com o novo algoritmo: "Que som bonito do chopper!" Ele não esperava um som assim. Bom saber, mas e o sinal, sumiu? Pois é... ainda estava lá :-O E nada do torque em 6KHz que vimos antes.
Analisamos e chegamos a conclusão que tinha a ver com a outra ponta da bobina, pois quando o sinal caía de um lado, subia do outro. E era sincronizado com o sinal do step.
Por outro lado, os tempos estavam estáveis, como era de se esperar, pois este algoritmo é mais leve que o anterior.
Após a parada prá um lanchinho rápido no começo da noite (pô, meu! Você foi lá prá consertar o driver ou prá comer?), nos lembramos de um detalhe do circuito do mestre Fabio Cicuto: existe um diodo em série com o dreno. Chute por chute, colocamos o diodo. Não é que resolveu? :-O Legal, vamos colocar nos outros fets.
Em 3 funcionaram que é uma beleza, já no quarto apareceu uma onda quase triangular. Ao invés do fet conduzir de uma vez, ele ia conduzindo aos poucos.
Primeira suspeita: algum curto ou circuito aberto. Positivo e operante!
Segunda suspeita: pré-driver. O sinal do gate estava normal.
Terceira suspeita: o diodo em anti-paralelo com o fet. Tiramos o rapaz, mas não fez diferença.
Só sobrou o fet, certo? Pois é... trocamos o bicho, mas o sinal estava lá firme e forte. Quer dizer, firme e caindo. Não tinha mais nada a tirar ou conferir. Ficamos sem entender...
Resolvemos parar. Aí tive o imenso prazer de degustar horas de vivência do Sir Jorge. Aprendi um monte de coisas, aumentando muito minha admiração por este ser.
Após o dia inteiro (e boa parte da noite) de trabalho, fiquei com alguns deveres de casa: saber o que estava acontecendo no 4o driver (e corrigí-lo) e tentar fazer uma união dos 2 algoritmos, ou seja, que seja estável no quesito tempo e que tenha torque em 6KHz.
Também reparei que o funcionamento estava bem diferente em relação aqui em casa, e chegamos a conclusão que poderia ser a fonte utilizada. Aqui uso fonte de PC, que tem algumas características não desejáveis numa carga tão indutiva.
Sábado comecei a consertar uma fonte. Apesar de ser uma fonte AT, ela tem uma característica de ATX: pressiona-se um push-bottom para ligar e o mesmo para desligar. Só que não funcionava mais. Após consertada (tirei esta parte do circuito), resolvi adaptá-la para fornecer mais tensão do que antes. Realmente, o circuito é muito simples. Está quase pronta, falta só terminar
Bão, e quanto à questão do 4o fet, o que houve? tchan, tchan, tchan, tchaaaaaan... Ainda não sei, sábado estava um bagaço e domingo também (era uma gripe começando). Neste sábado vou terminar a fonte e voltar ao driver. Aí vou tentar dizer o que houve.
Abraços,
Rudolf