Olha a Bob aí, geeeeeeeente!
A dupla caipira Bob & Smile está junta, finalmente
Ontem cedo o Daniel (meu filho) e eu montamos a Bob. Gastamos aproximadamente umas 3 horas para soldar tudo. Dezenas de componentes foram separados, pré-formatados na distância certa e, finalmente, soldados na placa. Depois disso, colocamos os pés de borracha e ajustamos a altura correta dos reguladores de tensão para que mais tarde sejam fixados os dissipador. Tempo gasto nesta última tarefa? DUAS HORA : shock:
De um lado, 3 horas com dezenas de componentes eletrônicos. De outro lado, 2 horas para meia dúzia de parafusos, porcas, arruelas que, nestas horas, acho que só foram criadas para estimular nossa paciência
Ô dureza que é ter 2 mãos esquerdas
E nem tive que furar nada, foi só ajustar e aparafusar...
Após um desestressante almoço em família, ligamos a Bob. Como toda primeira ligação, me causa emoção pela nova cria, e um profundo sentimento que tudo vai explodir dali a segundos
Sempre tive este receio inicial. Talvez por não ter tanta experiência em eletrônica, talvez por saber que internamente todo componente tem uma tal de fumacinha mágica doida prá sair, talvez seja por puro cagaço, mesmo
E nem me lembro se algum componente já explodiu numa primeira ligada
Acho que é a última hipótese, mesmo
Os led verdes (indicação de tensão ok) acenderam prontamente. Já o vermelho, indicando uma condição de emergência, também :roll:
Claro, o conector de emergência estava sem o jumper, indicando que está tudo certo. Num dos encontros na masmorra do Sir Jorge nos recomendaram que a fiação da botoeira de emergência esteja sempre ligada, e só desligar numa cituação de emergência. Imagine que os fios sejam rompidos por algum motivo. No caso acima, é como se pressionassem o botão. Já se a botoeira for normalmente aberta, só perceberíamos o rompimento quando pressionássemos o botão numa situação de emergência (nada aconteceria), e aí poderia ser tarde.
Simples de se resolver: basta colocar um fio ligando os contatos do conector. Simples, mas não resolveu...
Olha aqui, mede ali. É... O veredito foi que o projeto tem erro. No final do ano passado, quando esta parte foi projetada, estava extremamente ocupado, preferi deixar esta parte sem testar, confiando somente na minha análise de circuito. Não deu outra: tem uma porta que pega o sinal, o inverte, envia para o opto que o inverte para que a saída seja invertida novamente. Devo ter me perdido numa destas inversões. Fiquei tonto só de tentar explicar estas inversões todas
Nada que um pouco de corte e costura não resolvam. Vou corrigir isso com mais calma depois, já que este sinal é a soma do sinal que vem da botoeira de emergência e dos 4 Smiles. Além disso, é através deste sinal que é feita uma das 2 formas de comunicação entre os 4 Smiles. Merece um tempo maior de análise, correção e testes, testes, testes...
Os 3 relês com seus respectivos led indicadores estão ok, os sinais para o Smile, idem.
Vamos ver como está a saúde dos sinais opto-acoplados. Simplesmente não passam pro outro lado... Mede aqui, mede ali... A tensão que vem da paralela está com uma tensão muito baixa, não chega a 3,2V. BELEZA!!! Não poderia ser melhor
Cuméquié??? Não funcionou e você tá feliz??? Não entendi...
Acho muito importante detectar e resolver TODOS os problemas ainda nesta etapa. Diversas pessoas já comentaram de placas que não funcionaram direito por causa da baixa tensão nas saídas da paralela. É melhor que isso seja visto aqui do que em no usuário. Sempre achei que o equipamento pode ter milhões de problemas, desde que todos sejam vistos e corrigidos AQUI, e não depois de entregue
Um pequeno corte aqui, um componente colocado ali. Feito
De todas as características da Bob, a única que não foi testada (e nem pretendo me preocupar com isso agora) é a comunicação serial. Ela foi colocada na Bob pelo fato de que diversos CNCs se comunicam com os drivers desta maneira, e não pela paralela. Os componentes estão todos lá, mas só serão verificados daqui a muito tempo. Sem contar que ainda não conheço como são os protocolos de comunicação serial entre estes CNCs e os drivers. Se é que existe um protocolo único, independente de fabricante ou modelo de CNC. Tudo a seu tempo.
Dando uma repassada rápida na Bob, ela ficou com as seguintes características:
-Interface totalmente opto-acoplada entre o PC e até 4 drivers através de conector padrão Centronics ou serial RS-232C;
-Entrada para 2 fontes isoladas entre si para a Bob e os drivers. A Bob possui, ao lado dos conectores das fontes, um diagrama da polaridade da tensão da fonte além dos valores de tensão e corrente mínima;
-Cada um dos circuitos das fontes possui proteção contra inversão de polaridade e sobre-corrente;
-A alimentação e demais sinais de cada driver passa por um flat-cable com conector polarizado, garantindo que o conector do flat seja ligado corretamente;
-Conector para ligação de botoeira de emergência;
-3 conectores para uso geral, acionados por reles, com leds indicativos de acionamento e controlados individualmente pelo computador.
O que acho mais bacana é que a conexão entre a Bob e o Smile é feita de forma bastante limpa. Na Bob só são conectados as 2 fontes, o cabo paralelo e os drivers. No Smile só é conectado a Bob, a fonte do motor e o motor propriamente dito. Simples assim, como tudo nesta vida deve ser
Tudo funcionando, vamos analisar as entranhas da Bob
O sinal de direção ficou com tempo de subida de 3,8us e de descida de 3,6us, e o sinal de passo ficou com tempo de subida de 0,3us e de descida de 0,6us. Tem bastante folga para o que vier
Deixo pro final a característica que acho mais importante, mais até do que a simplicidade de conexão entre os módulos e a clareza das indicações das placas. Não foi a toa que foi a mais debatida, discutida, analisada nos encontros na masmorra do Sir Jorge: SEGURANÇA.
Passei a dar um valor primordial a ela após eu ter invertido os fios da fonte do motor, meses atrás. Poderia até dizer que foram 2simples fios que causaram a queima de uma série de componentes, inclusive o DSP, muito distante da linha de frente. Poderia até dizer, mas os fios não foram os responsáveis. Fui eu, duplamente. Para começar, por ter invertido os fios e, principalmente por ser o executor do Smile, por não ter previsto (e tentado evitar) que isso ocorresse.
Nos encontros só ouvi ecos nesta questão, sendo a mais pertinente a que o monsieur Alain deixou muito claro quando nos disse que, seja lá o que o usuário fizer, a placa NÃO PODE ser danificada. Claro que dentro de certos limites. Mesmo assim, num dos testes de análise térmica que foram realizados semanas atrás, um fet queimou devido a um bug no firmware. Por outro lado, a proteção do Smile evitou que o motor fosse danificado.
Creio que estamos muito perto de conseguir alcançar esta proteção. Só sinto uma pena muito grande por ter que danificar propositalmente os módulos em testes destrutivos, para levantar o limite desta segurança.
Vai doer muito no coração quando fizer isso, mas é através deste tipo de teste que verificamos se o dever de casa foi feito
Aliás, sempre me lembro dos dizeres de uma criadora de gado Jersey que tinha como refrão "testar, testar, testar. E ser rigoroso na seleção".
Mas que vai doer, ah, vai...
Abraços,
Rudolf