1- Como proceder para fresar os apoios das guias lineares quando estas medem bem mais que a área útil da maioria das mesas das fresadoras utilizadas? (É a descontinuidade! Como administrar isso?)
Tenho acesso à uma retífica de banco do tipo "Blanchard" de 5 metros de comprimento... Todas as máquinas que eu faço são retificadas o que garante bons resultados nas usinagens, desgastes e niveis de ruido baixos, etc.
2- Face à necessidade de fresar o lado onde as guias vão ser apoiadas (porque há mesmo irregularidades importantes no material), será então, que podemos ignorar o outro lado? (O lado que colocaremos sobre a mesa retificada de alguma fresadora que efetuará o serviço).
Veja - esta é a arte de se retificar qualquer material que ainda não tem uma superficie de referencia... eu avalio as superficies de trabalho, meço os desniveis e imperfeições e opto pela melhor forma de fixar as peças de forma que não induza outras torsões na peça, senão nunca terei uma peça plana e en esquadro e paralelismo/coplanaridade (quando usino diversas faces)
Será que não deveremos fresar um lado e depois fresar o outro também para garantir o nivelamento do lado que receberá a guia? E também apoios inferiores da estrutura?
E foi o que foi feito
3- Após a montagem das máquinas, é obrigatória a conferência dos alinhamentos porque inevitavelmente, os desalinhamentos vão aparecer. E agora? Perdemos tudo (se tiver soldado)?
Bem, eu creio que de nada adianta retificar antes de soldar, não é mesmo?
Claro - se não souber o que está fazendo perde tudo mesmo - já ví acontecer e o caboclo ficou bem triste
Minhas máquinas tem certos elementos parafusados e pinados para garantir alinhamento durante a montagem no cliente - estes alinhamentos são feitos seguindo certos critérios de montagem lógica e com instrumentação (e conhecimento de causa) adequados para justamente poder obter a qualidade que espero no final...
A única vez que eu fiz uma máquina toda soldada, tive que levá-la a uma mandrilhadora de grande porte para fazer certas usinagens que garantissem alinhamentos e esquadros... ficou excelente, mas deu muito trabalho, porque era pesada e muito grande - aprendí a lição bem rápido.
Ou deixar assim mesmo pra ver?
Creio que isso dependa muito mais da proposta da máquina do que qualquer outra coisa.
Tem gente que acha que sou pernóstico, petulante e muitos outros adjetivos qualificativos positivos (e muitos negativos) - Feliz ou infelizmente eu não sei fazer de outra maneira que não bem feito.
Vai valer à pena caprichar na motorização e eletrônica?
Na minha opinião, uma máquina boa continua bastante boa se a motorização/eletronica estiver aquém do que poderia ser...
Se a máquina é ruim, pode colocar o melhor sistema eletronico e a melhor motorização - sempre terá uma meleca de máquina.
E os trabalhos com as tais compensações nos softwares? E o reflexo do somatório de imperfeições?
Compensação por software pode ser interessante quando a aplicação pede - um caso típico são as correções de passo de fuso feitas por mapeamento de posição real - importantíssimo em máquinas industriais de alta exatidão e precisão...
Claro - vale dizer que a somatória de imperfeições sempre existe - o que fazemos é tentar diminuir a tolerancia a erros, ter os menores desvios possíveis, e por isso que eu prefiro construiir da melhor forma possivel e com técnicas apuradas de construção - consigo terminar com uma máquina decente em todos os sentidos.
Fabio Gilii