Abanando pro fogo não apagar...
He, he, he ... assim que eu gosto ...
E quando essa irrelevância faz diferença. Qual seria a saída?
Ou seja, quando não é irrelevante ...
Acho que vale a pena a gente deixar claro o que é essa tal de histerese, né ? Desconfio que nem todo mundo aprendeu esses palavrões cabeludos na infância ...
Na acepção mais comum que tem na eletrônica, histerese refere-se o fato de que a ida nem sempre é igual a vinda. Quer dizer, a excursão de um sinal é diferente no sentido crescente e decrescente, a curva que representa a coisa não segue sempre o mesmo caminho ...
Veja o desenho abaixo que representa a atuação de uma chave e observe que que o ponto onde muda de estado, digamos que liga (
T), é diferente do ponto onde volta para o estado anterior, digamos que desliga (
-T).
Na grande maioria dos casos que discutimos aqui, chaves ou sensores de limite de curso e de referência, o que interessa é um dos flancos, ou o ascendente ou o descendente, não importando muito se há histerese ou qual sua magnitude ... o que importa neste caso, particularmente para as chaves ou sensores de referência, é a
repetibilidade, ou seja, que a atuação da chave ocorra sempre no mesmo ponto. A histerese tem seu papel aqui, ajuda a melhorar a relação sinal / ruído, reduz ou elimina disparos espúrios e melhora o fator de forma do sinal (deixa quadradinho).
Nos casos onde a histerese é relevante ou tiramos partidos do que é inerente ao dispositivo, ou modelamos eletrônica ou mecanicamente o sinal de modo a obtermos o que desejamos, inclusive nos casos onde a histerese não é inerente.
Um exemplo disso é o pressostato de um compressor, que liga o compressor a 80 psi e desliga a 120 psi, digamos ... a histerese pode ser ajustada por um jogo de molas e alavancas, no caso do pressostato eletromecânico, ou por meio de um schmitt trigger, no caso dos eletrônicos ... aqui a chave apresenta histerese inerente, mas manipulamos a magnitude e a inflexão da curva.
Outro exemplo clássico é o de um termostato, como o que controla a ventoinha do radiador de um veículo. Não fosse a histerese o termostato ligaria e desligaria a ventoinha com frequência muito elevada, com a consequente diminuição da vida útil dos componentes do sistema e aumento do ruído elétrico e acústico.