Olha Jorge, eu posso dizer que cortei muitas peças em isopor quando tive uma fabrica de aeromodelos, e te garanto que é (era) um problema manter a temperatura do fio constante...
Ou o prob atribuído à temperatura era outro ...
Vc usava o arco manual e gabaritos, não ? Eu não posso dizer que fabriquei nada, apenas umas umas poucas experiências com arco, mas comparando com o cortador CNC a diferença é grande ... e eu atribuo a diferença à regularidade da velocidade do corte, mais que à temperatura ... aliás foi nessa ocasião que eu descobri o que era a tal velocidade constante, o que tb faz diferença ...
Na época eu comecei cortando por contato, e tinha muita perda de material porque perdia temperatura durante o corte, e quando eu tentava aumentar mais (sem controle fiel) ou o material derretia demais em determinados pontos e deixava o acabamento muito irregular, ou a dilatação do arame era demasiada e o arco não compensava corretamente e não conseguia se manter esticado, então as peças saíam deformadas nas áreas entre os apoios do fio (os gabaritos de corte)
Tb cortei por contato, quando era garoto e fazia umas peças pra decoração de festas ... a minha impressão, reforçada por alguns relatos de aeromodelistas que usam(ram) arco é que o prob da tensão do fio é uma das grandes pedras de tropeço.
Meio que sem querer descobrimos que dava para cortar por irradiação, mas tivemos que refazer todos os gabaritos de corte para compensar o "kerf", e te garanto que não era fácil...
Não era e não é, se cortar manualmente ... em uma máquina CNC a coisa muda de figura ... enfatizando que ainda não tenho experiência que considere suficiente, o que eu pude observar é que com CNC a coisa é consistente, a repetibilidade me pareceu boa.
Acho que vale mencionar tb que o material não é homogêneo e algumas diferenças podem ser atribuídas a isto. Os resultados variam bastante com, por exempo, a densidade da espuma. Os gringos encontram espumas densas com facilidade, são empregadas no isolamento térmico dos edifícios, nós não temos a mesma facilidade, as placas de isopor que encontramos por aí são de modo geral as menos densas, as menos adequadas, pelo que tenho visto relatado.
Bem - usávamos um transformador para alimentar o fio (ligado no secundário) e foi a melhor forma que encontramos...
Então, um simples trafo não facilita em nada o ajuste fino e está sujeito às variações da rede, que podem ser expressivas ... certamente uma fonte regulada e ajustável é algo que eu colocaria como o mínimo.
Pois é - eu sentia muita dificuldade em fazer cortes confiáveis e repetidos de asas de modelos de performance, onde o comprimento do fio é grande, mas a espessura da peça pequena, e por causa da finalidade da peça (asa de performance) o grau de exigência era alto e não se aceitavam erros de forma em hipotese nenhuma.
Pois é, de novo a questão da repetibilidade, que neste caso e na grande maioria dos casos é mais importante do que a exatidão absoluta ... na mão é cruel ...
Da última vez que eu lí algo sobre os cortadores de hoje, se falava em compensação de temperatura de forma muito eficiente, mas desconheço os métodos...
É, o povo fala muito ...
e ainda não vi nada realmente coerente ... a impressão que eu tenho é de que o povo parte da premissa de que é absolutamente necessário um controle de temperatura muito sofisticado, eu ainda não estou convencido ... que é necessário algum controle é inquestionável, mas tô esperando que alguém diga como fazer para compensar gradientes ao longo do fio ...
De repente devem estar usando PWM para isso...
Sim, um montão de gente, como se PWM fosse a panacéia universal ... é irrelevante, tanto faz usar uma fonte linear ou uma chaveada ... tanto faz usar a própria resistência do fio para medir a temperatura e controlá-la como usar um termopar ... o prob, se existe, é mais complicado que isto ... é fácil manter a temperatura
média do fio, o que não é nada fácil é manter a temperatura em diferentes pontos do fio ... e este seria um prob ... como tenho visto peças de grandes dimensões cortadas a fio, como sancas, pra citar um exemplo e não pude perceber variações importantes, aos meus olhos as peças apresentavam boa repetibilidade, fico inclinado a pensar que o diabo pode estar sendo retratado mais feio do que de fato é ...
Em suma, me parece que há algumas variáveis importantes além do controle da temperatura que não são analisadas e discutidas com a profundidade e ênfase que merecem, métodos, materiais, etc ...