Infelizmente não tenho como desenhar ou tirar fotos do processo, mas a idéia é simples de ser executada.
Para todo e qualquer fuso, eu uso "impreterivelmente" uma placa de 4 castanhas independentes para fixar e centralizar melhor o trabalho.
Deve-se ter em mãos um relógio apalpador bom - no mínimo centesimal (se possuir um milesimal, melhor) - na pior das hipoteses, um relogio comparador centesimal.
Ainda com a placa de 3 castanhas instalada no torno, torneio um tarugo de algum material de resto, como poliacetal ou nylon - de forma a criar um "cilindro concentrico" isto é - o furo e o diametro externo feitos na mesma operação de torneamento e sem retirar o material do torno.
O diametro externo pouco importa, contanto que seja liso e cilindrico (não deve ser conico) - o diametro interno é que é importante:
Torneio a medida interna com um ou dois centésimos a menos que o diametro externo do fuso, de forma que o cilindro encaixará sob pressão moderada (à mão normalmente, mas com uma leve interferencia) - se ficar muito apertado, vou acertando o diametro até que se encaixe sem muita dificuldade.
Uma vez feito isso, substituo a placa do torno instalando a placa de 4 castanhas, posiciono o fuso de forma que a ponta que vai ser usinada se projete para fora da placa o menos possivel (mas sempre deixando uma pequena margem de segurança) e começo a fazer a centralização do objeto na placa com o uso de relogios apalpadores (ou comparador se não tiver apalpador) - a bucha que foi torneada anteriormente vai montada nesta ponta que será torneada - ela servirá de apoio para o relogio de centralização.
Procuro deixar o melhor que puder, independente se é fuso de rosca trapezoidal ou de esferas recirculantes - procuro deixar com no máximo 1 centésimo (0,01mm) de batimento, ou melhor (o máximo que consigo é 2 milésimos (0,002mm) - retiro a bucha e passo a usinagem propriamente dita.
Para se tornear fusos de esferas recirculantes, lembrem-se que a parte das espiras é temperada por induçao - no começo é duro e fica bem mais macio um ou 2 mm abaixo do diametro interno da rosca - ferramentas de metal duro (ou CERMET) são indispensáveis.
Para fusos longos, apoio a parte do fuso que se projeta para fora do torno (pela parte de trás do eixo árvore) com um rolamento de forma a evitar que balance ou se ajite durante a usinagem - eu por costume e porque minha máquina é limitada em torque, torneio à baixa RPM - entre 120 e 250 rpm no máximo, e sempre obtenho resultados ótimos sem falsa modéstia.