Eu não tenho um desenho, fiz meio no olhômetro....
No bloco do motor há dois furos pequenos (1 mm) um deles é de entrada do vapor (ar comprimido) e ou outro é a descarga (para atmosfera). O corpo do cilindro, onde o pistâo se desloca, também possui um furo um pouco maior (1,5 mm).
No funcionamento do motor, o corpo do cilindro oscila em torno de seu eixo (o parafuso de ajuste com mola), alinhando o furo do cilindro com um dos furos do bloco do motor. É por isso que a partida é feita manualmente, quando o furo do cilindro nâo está alinhado corretamente.
Eu usei um desenho um pouco diferente do site frances que o Gilli postou. Minha máquina posssuia uma base, que foi "reciclada" em outro projeto, mas funcionava em pé, como o motor francês. Mas apesar disso ainda funciona, na mão...
Como vc pode ver os furos de admissão e descarga estão abaixo do eixo de oscilação do cilindro, o motor frances os pôs acima. Mas acho que daria no mesmo, "geometricamente falando".
Mas já adianto que usei um critério meio empírico:
(1) Coloquei o furo do cilindro (1 mm) no topo do mesmo, e no centro da face do cilindro, de modo a não atrapalhar o curso do pistão e ter o máximo aproveitamento da pressão do fluido e garantir o esvaziamento completo do cilindro.
(2) Coloquei os furos de admissão e descarga, no bloco do motor, simétricos a linha que liga os centros do furo do eixo do volante ao furo do parafuso de fixação do cilindro. Sabendo que metade do curso o cilindro está se deslocando para fora (admissão de vapor) e na outra para dentro (exaustão). Esses furos são um pouco maiores, acho que 1,5 mm.
(3) Usei o furo maior no cilindro e não no bloco do motor. Mas acho que o resultado final é o mesmo (aumentar o "ângulo de permanência", em que o fluxo ocorre entre o cilindro e o bloco do motor na admissão e na exasutão).
Há um compromisso entre o curso do pistão, o comprimento de sua haste (biela) e a distância dos desses furos. Eu determinei essa distância no "olhômetro", a partir do curso e da haste que eu usei. Mas procurei manter essa distância entre os furos não muito grande pra melhorar o "rendimento" da máquina. Mas acho que ficarem muito próximos, haverá perdas de vapor entre os furos.
A mola serve para manter a vedação entre o bloco do cilindro e o bloco principal. Permitindo um movimento livre, o uso de um ajuste através de parafuso e porca ajuda, pois se pressionar muito perde-se potência, pois o atrito aumenta e se apertar de menos, os vazamentos aumentam....
Deve-se lubrificar bem, pois ajuda na vedação e nos movimentos...
Esse tipo de máquina requer partida manual, de modo que a admissão de vapor seja alinhada ao furo do cilindro. Se a pressão for alta a partida é instantânea. Uma coisa legal, seria um motor de dupla ação, com dois cilindros desse tipo acoplados num eixo de manivelas. A potência seria maior e a partida poderia ser automática. Há vários exemplos na Net.
O pistão eu usinei no meu torninho 7x10, usando um cilindro de latão, após torneado, criei uma pequena ranhura retangular para atuar como "anel de segmento". A ranhura acumula óleo e /ou água condensada, que por capilaridade, forma um anel de vedação líquido, uma coisa simples, engenhosa e eficaz.
O cilindro foi feito com um perfil quadrado de alumínio, a forma quadrada permite que os furos do cilindro se alinhe com o corpo do motor, mantendo a vedação. O furo do cilindro foi feito no torno, com uma placa de 4 castanhas indepedentes, o furo esta fora do eixo do perfil. Depois de furado com uma broca nova, passei um alargador para calibrar e alisar o furo. Com o uso, o motor também vai se "polindo".
Depois posto fotos do motor desmontado, quando encontrar o bichinho.