Gente, por norma, que tem força de lei, a variação máxima adimissível é de 7% em relação à tensão nominal, na ponta. Entenda-se por ponta, o que vai da responsabilidade de cada um. A da concessionária é o ponto de entrega, imediatamente após o relógio. A do consumidor, é a tomada. TODA e QUALQUER conta de luz DEVE conter, por força de lei, o valor de tensão nominal e os valores de tensão máximo e mínimo durante o mês.
É de responsabilidade da concessionária a indenização por TODO e QUALQUER sinistro causado pela má qualidade da energia, o que inclui transitórios (surtos, interrupções momentâneas e retorno com tensão acima do aceitável, etc.) e variações duradouras.
Não é necessário acionar judicialmente a concessionária para o ressarcimento, basta que se junte provas da responsabilidade da concessionária, o que inclui um laudo de um técnico (pode ser simplesmente técnico, não necessariamente engenheiro) eletrônico para uma televisão ou computador pifado, por exemplo, e eletrotécnico para as lâmpadas. Claro que pra pedir lucros cessantes, danos morais (não sou advogado, mas meu pai é e diz que dá pra arrancar uns trocos dos caras, mas dá trabalho) e outros, precisa acionar judicialmente, mas, pelo menos pra parar de gastar mais com lâmpada do que com conta de luz, já dá pra começar.
A reclamação, amparada do(s) laudo(s) e orçamento (no caso da tv pifada) ou prova da compra (no caso das lâmpadas) deve ser feita diretamente à concessionária, e ela tem 30 dias para resolver, ressarcindo ou justificando porque não o faz. Convém imediatamente mandar cópia da reclamação para a ouvidoria da Aneel (
www.aneel.gov.br, procure por ouvidoria e depois o link para o escritório do seu estado, se houver convênio, se não houver, direto pra ouvidoria da Aneel mesmo) e também para o Procon.
Palavra de quem conhece colegas do tempo do curso técnico dentro das concessionárias: a reclamação formal enche o saco dos caras, eles têm de dar desculpas pra Deus e mundo lá na Aneel, dá um trabalho danado. Os processos judiciais vão pro andar de cima, eles resolvem, empurram com a barriga, enrolam. As reclamações vão pro andar de baixo, que não aguenta essa encheção e acaba dando um jeito de resolver o problema localmente, até que outro quarteirão se manifeste...
Outra coisa: não é preciso monitorar, filmar, gravar, um surto de tensão. Certos defeitos só ocorrem devido a isso, e qualquer técnico poderá elaborar um laudo fundamentando isso.