Olá, pessoal. Eu tenho um pequeno torno de bancada ( BV-20, da Ferrari) e sempre tive um grande problema ao usinar algum furo interno de um cilindro. Eu já comprei pastilhas para torneamento interno, já usei vídia e o resultado nunca foi satisfatório. O acabamento interno é ruim, pois a ferramenta vibra, eu acho, e aparecem ranhuras. Isso porque geralmente tento usinar pequenos furos 12mm ou pouco mais que isso. Então a ferramenta tem que ser pequena e, por ser pequena, sua rigidez também é pequena. Então, usinar furos de pequeno diâmetro (buchas com 8mm -10mm ou pouco mais que isso) é tarefa difícil mesmo ou eu estou errando em alguma coisa (velocidade, avanço, profundidade)?
Se alguém tiver alguma dica de como usinar pequenos furos com acabamento interno excelente, por favor estou precisando urgente.
Aprendi o seguinte no torneamento interno:
(1) A geometria (o perfil) da ferramenta - a ferramenta interna não é igual à ferramenta externa. Devido à geometria interna da peça a ser torneada, geralmente um cilindro, a ferramenta deve possuir o perfil correto. Neste perfil correto, a ferramenta só pode tocar a peça exatamente no ponto de corte, se tocar em mais pontos e a ferramenta não for rígida, a ferramenta pode vibrar e peça ficará arranhada. Isto é mais crítico em ferramentas mais finas e alongadas, que vibram com mais facilidade. Se o torneamento não for cilíndrico (ex.: cônico), o perfil da ferramenta não é trivial, mas, se o contato for pontual, tornear teoricamente qualquer perfil é possível. Acho que muitas pessoas desprezam conhecer melhor este processo e usam a "força bruta" (ferramenta rombuda e avanço elevado). Mas, para resolver de maneira mais elegante e com menores esforços e vibração, o contato peça/ferramenta deve ser o mais pontual possível, foi o ideal para mim (que tenho um torno bem pequeno, menor que o seu), o problema trata-se de uma questão de geometria!!
(2) O ajuste correto da ferramenta - Novamente, para usinar com menores esforços e vibrações e sem o método da "força bruta", a altura da ponta cortante da ferramenta deve estar posicionada exatamente na mesma altura do centro da peça (= centro do fuso).
(3) A haste da ferramenta deve ser bem rígida, ou seja, quanto mais curta e mais grossa melhor. A região de corte (mais afiada e fina) deve ser bem pequena, de modo a não tornar a ferramenta mais flexível.
(4) Ferramentas de ponta montada, principalmente as de qualidade ruim, são mal amoladas e possuem a ponta rombuda (tocam a peça em vários pontos). Uma ferramenta com os ângulos corretos (perfil correto) e bem amolada é a melhor. Eu mesmo amolo minhas ferramentas de aço rápido. Eu também uso um dispositivo que eu mesmo fiz (em aço-carbono) para tornear internamente, onde eu só troco a ponta de aço rápido, que eu amolo.
(5) Um avanço menor e a rotação mais elevada proporcionam melhor acabamento.
Os ângulos da ferramenta (1) e o posicionamento correto (2) são os itens mais críticos.
Em furos bem finos no torno, eu compro uma broca nova (não domino a ciência de afiar
corretamente brocas à mão). O problema da broca (helicoidal) é a sua flexibilidade, se for necessário um bom alinhamento do furo, uso também um alargador.