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MÁQUINAS EM GERAL => Tornos => Tópico iniciado por: marciocastanho em 02 de Março de 2009, 23:03
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Primeiramente quero agradecer ao Gilii, Ivan, Rubens, Fábio... por todas as respostas atenciosas e pela recepção com os novatos.
Depois quero me desculpar por tantos tópicos abertos, espero que seja possível organizar isso depois.
Bom, gostaria de saber quais são as peças (e engrenagens) que devem acompanhar o sanches blanes para que ele seja completo e valha o investimento.
Um abraço
Márcio
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Nobre Márcio....
Realmente a abertura de vários tópicos sobre o mesmo assunto não é muito agradável, além de tumultuar e dispersar demais as idéias e orientações.
Tente melhorar isso, pois, as respostas virão mesmo que não estejam ou foram elaboradas em novos tópicos.
Mas respondendo sua pergunta muito genérica e complexa, mesmo não sendo um expert no assunto, posso dizer que é praticamente impossível dizer quando "um Sanches Blanes é completo", ou qualquer outro torno será.
Pois, tudo depende de suas necessidades.
O completo para um, pode ser o faltante para outro.
E enumerar os acessórios e itens que podem "acessorar" um torno, é como eu disse, um trabalho muito arduo.
Por exemplo, dependendo dos tipos e diamentros das roscas que irá produzir, serão necessários alguns conjuntos de engrenagens.
Se em milímetros, serão umas, se em polegadas outras (ou um mescla delas).
Com luneta ou sem luneta?
Com placa de 4", 5", 6".
De 3 ou de 4 castanhas.
Castanhas independentes ou conjugadas.
Enfim, uma infinidade de possibilidades.
Portanto, não espere encontrar ou adquirir o torno perfeito e completo.
Com a evolução de seu aprendizado e conhecimento, com certeza terá a convicção de que "sempre" precisará de uma outra e nova máquina.
Espero poder ter ajudado.
Grande abraço.
Rubens
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Márcio,
se você está falando do Sanches Blanes sem caixa, o jogo completo de engrenagens é isso:
16* 24* 32* 32* 36 40* 44 46 48* 52 54* 56 57 60 72/18* 80* e 127 para milímetro (assinalei com * as mais essenciais para as roscas mais usuais em polegada). A 32 é repetida mesmo.
Fora os fundidos integrantes óbvios, componentes que são parte do torno - ou seja, são específicas para o modelo. Nem sempre estão presentes, às vezes são até opcionais, mas não existem substitutos genéricos:
- indicador de rosca (muito importante)
- luneta fixa (muito importante)
- luneta móvel (menos importante)
- trava para o carro (menos importante)
- acessório para tornear cones (raro de acompanhar)
Acessórios (não são peças exclusivas do torno, mas quanto mais melhor):
- castelo porta-ferramentas (ou algum porta-ferramentas operacional)
- Placa de 3 castanhas (mas frequentemente está muito detonada)
- Placa de 4 castanhas independentes
- Ponta fixa CM3 (vai no eixo árvore)
- Ponta rotativa CM2 (contra ponta, vai no cabeçote móvel)
- Placa de arraste
- Arrastadores (ou cavalinho, ou cão)
- Mandril para o cabeçote móvel (ou pelo menos a haste CM2 com montagem para mandril 5/8", ou 1/2", com rosca ou cone Jacobs)
- Porta-pinças e jogo de pinças (nunca vi acompanhar um torno pequeno por aqui)
Eu me preocuparia com o torno em si, só faria questão de um indicador de rosca e tentaria a luneta fixa. O resto é bônus.
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Muito, muito, muito obrigado, Ivan!!!
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Nobre Ivan....
Já que citou o acessório para tornear conicos, poderia me dizer se tem ou já viu algum, pois, estou pensando em fazer um para o meu torno usando uma guia linear.
Só vi esse acessório mesmo no livro que consegui, portanto, se voce tiver um e puder tirar umas fotos dos detalhes, com certeza será uma empreitada muito mais simples para mim.
Antecipadamente te agradeço.
Grande abraço.
Rubens
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Raranda,
Existem vários - este é um:
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Mestre Gilii...
Exatamente isso que eu queria.
Como sempre certeiro.
Muito obrigado.
Mas tenho uma dúvida que já existia desde quando vi essa foto pela 1ª vez, qual seja:
Nos dois modelos que vi, uma das pontas do acessório é fixa ao carro e a outra ao barramento.
O que (imagino eu) faz com que o acessório funcione estacioando-se o carro transversal em uma posição pré determinada e manipulando-se o porta ferramenta em direção á placa através de seu manípulo.
Sendo que o cone ficará sujeito ás dimensões máximas do curso desse manípulo.
Em contra partida, se ambas as pontas do acessório fossem fixadas no próprio barramento, isso não seria mais prático, ou seja, eu poderia conificar movendo o carro todo, e não ficando com isso limitado ao curso do carrinho do porta ferramentas (castelinho).
Existindo exclusivamente uam haste que indicaria o curso á seguir pelo porta ferramentas.
Inclusive, poderar-se-ia excluir a base que vai sobre o "varão" de sustentação, usando esse próprio varão como acessório conificador (posicionando-o pelas extremidades no ângulo desejado).
Estou enganado ou é isso mesmo?
Grande abraço.
Rubens
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Raranda,
A grande virtude deste dispositivo é a de permitir que se use o avanço longitudinal automático para tornear cones longos, normalmente maiores que o curso do carro superior.
Um dos pontos importantes que não é comentado é que o carro transversal deve ser desconectado do seu fuso para que o dispositivo de torneamento cônico funcione adequadamente...
No seu torno pequeno (igual ao meu) há dois parafusos allen que aparecem na parte de cima do carro transversal, mais ou menos no centro e eles servem para prender a porca do fuso.
É impressindível se se retirem tais parafusos antes de tentar fazer o dispositivo funcionar.
Analise direito o desenho, e verá que:
- a base deve estar paralela e coplanar ao barramento
- o trilho superior pode ser movimentado e fixado no angulo desejado sem interferir na base, no barramento e no carro longitudinal.
- haverá um patim ou guia que irá correr sobre o trilho, e fixado neste patim haverá uma haste que deverá ser fixada sólidamente ao carro transversal.
- deve haver um sistema de fxação rápida (provavelmente um parafuso) que permite ao operador primeiro posicionar a aproximar a ferramenta através do carro transversal (antes de soltar a porca dele), e aí sim soltam-se os parafusos de fixação da porca do fuso do carro transversal, e aperta-se o parafuso de fixalção da haste no patim...
- para ajustes digamos finos do que está sendo torneado, voce pode inclinar o carro superior para que ele falça o papel de avanço transversal...
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Nobre Gilii.
Já retirei esses dois parafusos paa ver como funcionava o negócio.
Com o nome correto em inglês desse acessório, encontrei vários projetos e inclusive alguns pordutos originais, alguns com valores exorbitantes (será que vale tudo isso mesmo?).
Mas enfim, o que eu pensava, era algo mais simples, e acabei encontrando uma foto do que imagino (fotos anexas).
O site do projeto é esse:
http://www.gadgetbuilder.com/Taper.html
Veja que não existe a base que mencionei, ao contrário, o proprio varão é que é colocado em angulo.
Achei bastante simples, o que acha?
Grande abraço.
Rubens
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Raranda,
Conheço este projeto - o conceito é o mesmo...
Como comentário, penso que o resultado final de um trabalho depende da rigidez do conjunto, e quanto mais rígido for, melhor, então olhando para este do link, tenho algumas dúvidas...
Mesmo não tendo base, o conceito é exatamente o mesmo.
No meu ponto de vista, aquele que tem a base e o trilho apoiado sobre ela é mais rígido portanto mais acurado...
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Rubens,
eu também tenho copiado alguns projetos de suporte para cones, e um dos melhores é esse que o Gilii postou (conhecia de outro lugar, http://www.kinzers.com/don/MachineTools/lathe_projects/ tem algumas outras coisas interessantes)
Esse do gadgetbuilder, apesar de eu gostar muito de outras coisas que ele fez (afiadores de ferramentas e brocas, por exemplo), achei bem porco.
Note na foto anexada que ficou tão fraco que ele tentou acrescentar travessas depois (tbm não gosto da idéia de furar o barramento).
Fazer peças em cone - a menos que sejam decorativas - exigem uma precisão (ok, acurácia :)) considerável, que exige certos cuidados para obter.
Num cone morse 2, por exemplo, o cone admite erro máximo de conicidade de uns 2 centésimos em seu comprimento para montar razoavelmente (sem jogar).
Andei fazendo recentemente umas hastes para mandril (uma nova para mim e uma para um amigo)
http://ivan129.fotoblog.org.uk/p56325331.html
Usinei fazendo o deslocamento lateral do cabeçote móvel, e o único jeito de conseguir a precisão (ok, acurácia :)) necessária foi montando junto um cone "comercial" de referência.
http://ivan129.fotoblog.org.uk/p56285532.html
Aí mede com cuidado (a espessura das 2 peças juntas precisa ser a mesma em nas 2 extremidades, e contato pleno entre as 2 em todo o comprimento), ajusta a fração de volta no deslocamente e dá outro passe. Esses ficaram realmente perfeitos, encaixa com aquela sensação de que não está encostando em nada, coloca levemente e não consegue mais tirar na mão (não gostei do acabamento, mas era eixo de sucata, algo tipo 4340 com um cascão endurecido, infernal, mesmo tirando a casca dependendo da profundidade e velocidades ia encruando, mas isso é outra história)
Acho imprescindível tbm que o suporte permita ajuste lateral fino com parafusos (como usando o deslocamento lateral do cabeçote). Mesmo neste da Popular Mechanics isto não existe. Aí vc mede, vê que precisa aumentar o ângulo em um pentelhésimo de um segundo. Só que vc tem que soltar o parafuso, deslocar e apertar. Ao soltar o parafuso, já perdeu o ajuste. A chance de conseguir o ângulo desejado é aproximadamente a mesma de ganhar na loteria.
Ou seja, pra mim o essencial é o máximo de rigidez possível e permitir ajuste fino do ângulo.
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Grandes, Gilii e Ivan.
Realmente, analisando-se o conjunto, não há como comparar um pelo outro.
Concordo que ao fazermos algo devemos fazer bem feito, em especial para atender alguns pré requisitos como a "acurácia".
Entendi perfeitamente as vantagens e desvantagens de um para o outro.
Como não precisarei fazer peças técnicas, imagino que mais ornamentais e experimentais, posso optar por um modelo mais simples.
Vou tentar juntar os dois modelos e ver o que sai, quem sabe uma 3ª nova peça que mescle as qualidades de ambas em uma só.
Mais uma vez agradeço a atenção e dedicação de todos, em especial do Grande Ivan e do Nobre Gilii.
Muito obrigado por tudo que ensinam a mim e aos outros que mesmo como ouvintes escutam essas GRANDES LIÇÕES de saber.
Grande abraço.
Rubens
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Olha, sobre achar que o basico vai ser suficiente, eu pensava o mesmo quando comprei meu primeiro torno, mas no momento em que vc melhora suas habilidades e sua maquina começa a te limitar vc começa a se perguntar pq não investiu um pouco mais.
Acho valido pensar bastante nisso antes de investir pq maquinas antigas, mesmo as mais numerosas, tem peças de reposição MUITO caras, isso quando vc não tem que mandar construir.
Grandes, Gilii e Ivan.
Realmente, analisando-se o conjunto, não há como comparar um pelo outro.
Concordo que ao fazermos algo devemos fazer bem feito, em especial para atender alguns pré requisitos como a "acurácia".
Entendi perfeitamente as vantagens e desvantagens de um para o outro.
Como não precisarei fazer peças técnicas, imagino que mais ornamentais e experimentais, posso optar por um modelo mais simples.
Vou tentar juntar os dois modelos e ver o que sai, quem sabe uma 3ª nova peça que mescle as qualidades de ambas em uma só.
Mais uma vez agradeço a atenção e dedicação de todos, em especial do Grande Ivan e do Nobre Gilii.
Muito obrigado por tudo que ensinam a mim e aos outros que mesmo como ouvintes escutam essas GRANDES LIÇÕES de saber.
Grande abraço.
Rubens
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Miyamura, isso vale pra maioria dos antigos, mas Joinville (e Riosulense), Sanches Blanes e South Bend tem peça por aí.
Preços aproximados de peças novas para Joinville na Riosulense:
Engrenagens da grade: cada em média R$30 a R$40
Fuso do carro superior com sua porca: cerca de R$70
Fuso do carro transversal com sua porca: cerca de R$100
Fuso principal: R$250
Porcas bipartidas: R$70
Carretel de redução: cerca de R$150
Engrenagem com pino redução: cerca de R$70
Engrenagens do avental: cada cerca de R$30
Sinceramente, isso é mais barato que peça de reposição pra torno chinês novo.
Se vc tem somente 2 ou 3 mil pra gastar e um mínimo de talento, uma boa dose de boa vontade e tempo pra reformar, acredito que um torno desses usado é a melhor opção.
E dando um trato, se tiver comprado razoavelmente bem consegue depois revender por valor maior que pagou e gastou no reparo (claro, desde que não contabilize o tempo).
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Essa base acredito que seja pra peças usadas correto?
Relamente essa base de preços que vc passou tão bem abaixo dos que vejo por ai. Onde que vc viu essa base de preços?
Alias, se alguem souber de algum lugar que tenha preços melhores que a rua parana e piratininga, por favor me falem... to atras de um torno de precisão e não to achando nem lá em mal estado!!!
Miyamura, isso vale pra maioria dos antigos, mas Joinville (e Riosulense), Sanches Blanes e South Bend tem peça por aí.
Preços aproximados de peças novas para Joinville na Riosulense:
Engrenagens da grade: cada em média R$30 a R$40
Fuso do carro superior com sua porca: cerca de R$70
Fuso do carro transversal com sua porca: cerca de R$100
Fuso principal: R$250
Porcas bipartidas: R$70
Carretel de redução: cerca de R$150
Engrenagem com pino redução: cerca de R$70
Engrenagens do avental: cada cerca de R$30
Sinceramente, isso é mais barato que peça de reposição pra torno chinês novo.
Se vc tem somente 2 ou 3 mil pra gastar e um mínimo de talento, uma boa dose de boa vontade e tempo pra reformar, acredito que um torno desses usado é a melhor opção.
E dando um trato, se tiver comprado razoavelmente bem consegue depois revender por valor maior que pagou e gastou no reparo (claro, desde que não contabilize o tempo).
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Miyamura,
esses preços são para peças novas para os Joinville/Riosulense.
A Riosulense comprou o ferramental da Joinville na década de 80 e passou a fabricar os tornos até a década de 90 (quando não aguentou mais a concorrência com os chineses e fechou essa linha). Mas ainda tem peças de reposição 0km por esses preços.
Coloquei em outro tópico o manual do Riosulense (que tem a numeração das peças que eles usam como referência) e o telefone deles. Quem cuida disso é o Sr. Osni, ex-encarregado da linha de produção de tornos.
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Miyamura,
o que vc está procurando exatamente?
De vez em quando aparece um Schaublin por aí...
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-90490868-_JM
Ou tá procurando coisa maior?
Me parece que as melhores oportunidades aparecem em jornais de segunda mão ou no boca-a-boca. Mas até MercadoLivre, www.balcao.com.br, www.superbid.com.br e www.deseulance.com. br tem preço melhor que Piratininga...
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Bom saber. As vezes da pra adaptar (principalmente engrenagens de recambio) em outro torno.
Sobre o que procuro, é algo bem especifico.
Eu ja tenho um torno muito bom e reformado (um hermes new baby) que tem 1 metro usinavel entre pontas e 400 de diametro.
O que pega é que preciso de um torno deste mesmo tamanho ou maior e aceite um jogo de pinças e tenha mais passos pra rosca na caixa norton (o meu tem, mas só 16 velocidades em milimetro). Eu ja arrumei todas as engrenagens pra fazer os passos em polegada, mas para minha atividade ficar perdendo tempo trocando engrenagens a todo momento é o mesmo que rasgar dinheiro.
Esse que vc postou é muito pequeno.
Vi um tos no mercado livre (alias, qualquer tos desse porte serve, é de longe a melhor marca que ja trabalhei apesar de antiga as suas maquinas são mecanicamente perfeitas e altamente possiveis de modernização) mas pra pegar ele, preciso antes vender minha freza natal numero 1 e meu torno, por isso procuro alguma loja pra ver se consigo usa-las como moeda de troca.
Pra ter uma ideia segue uma foto do meu antes da reforma (retifiquei barramento e rasqueteei os carros, troquei todos os fusos e porcas, pintei com epoxy, rolamentos, etc...).
(http://www.miyamuradesign.com/torno.JPG)
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Miyamura,
legal seu torno. É bem robusto, e parece adequado pra trabalhar com velocidades mais altas.
Não tem como adaptar pinças nele? Como é o nariz dele?
Se vc usa mais roscas em polegada, o idal seria um com fuso em polegada, não? Ou então ir para um torno um pouco mais moderno e 100% automatizado, como um Romi. Pq num TOS antigo o problema não seria exatamente o mesmo? (os que vi tbm eram em mm e precisavam de troca para roscas em polegada)
Torno de precisao nesse tamanho, o ideal era um Monarch 10EE (ou um Hardinge HLV, ou coisa parecida). Já vi Monarch vendendo em leilão.
Vc nao tinha uma fresadora antiquíssima (deckel?) e um imor relíquia pintado de azul?
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Ele é muito bom, mas pra isso eu já verifiquei e teria que trocar o eixo arvore. Isso por si só não seria um problema, mas esqueci de citar outro detalhe. A passagem no eixo arvore dele é de 28mm e preciso que passe pelo menos 32mm.
Ele chega (orginal de fabrica) a 1300 rpm, velocidade muito boa pra epoca (o romi s20 vai só até 1000 rpm pra ter uma base).
Eu uso em igual intensidade roscas em mm, alguns tos tem o recurso de mudança de mm pra polegada na alvanca, sem precisar mexer no recambio.
Pode parecer contraditório, mas uma maquina automatizada pra mim não seria a melhor opção (fora que uma parte de mim quer manter a oficina vintage ;D)
Esses que vc citou seriam ótimos, ou até mesmo um South Bend de precisão (ja vi alguns por aqui), mas é quase impossivel de achar.
Faz uns 4 meses que to rodando toda a cidade e todos os leilões imaginaveis.
Quanto as outras maquinas, eu ainda tenho elas.
Descobri a pouco tempo que a fresadora é uma brown & sharp. Fiz a descoberta quando eu desmontei ela inteira pra fazer a reforma. Todos os eixos e algumas engrenagens tinham o nome gravado, assim como a origem. Os logotipos que parecem da frederic deckel são de uma empresa que trocou a porta (não é a orginal) e colocou a caixa engrenada (ela era originalmente de varão). Só como curiosidade a data estampada no fundo dela é de 1883.
Essa máquina é de estimação e o único item da oficina que não me desfaço por nada. Eu mandei rasquetear todos os carros e barramento e retificar a mesa. Fiz um novo cabeçote de aço 8640 temperado pra cone iso 30 e usei rolamentos conicos pra substituir as buchas de bronze. Agora to fazendo um novo eixo arvore e, apesar de parecer sacrilégio, substituindo o sistema de correia plana por um de polias em v. Isso vai permitir velocidades maiores 9fiz isso anteriormente com muito sucesso numa natal nº1. Acho incrível como essas fresadoras antigas permitem vc modifica-las e aumentar suas capacidades. Coisa que acho mais dificil nos tornos.
fotos de depois de rasquetear e fazer geometria:
(http://farm4.static.flickr.com/3033/2679149278_8a9f05d8b8.jpg?v=0)
(http://farm4.static.flickr.com/3194/2678361933_219dceb17f.jpg?v=0)
(http://farm4.static.flickr.com/3209/2679171074_e2baa03d4c.jpg?v=0)
Miyamura,
legal seu torno. É bem robusto, e parece adequado pra trabalhar com velocidades mais altas.
Não tem como adaptar pinças nele? Como é o nariz dele?
Se vc usa mais roscas em polegada, o idal seria um com fuso em polegada, não? Ou então ir para um torno um pouco mais moderno e 100% automatizado, como um Romi. Pq num TOS antigo o problema não seria exatamente o mesmo? (os que vi tbm eram em mm e precisavam de troca para roscas em polegada)
Torno de precisao nesse tamanho, o ideal era um Monarch 10EE (ou um Hardinge HLV, ou coisa parecida). Já vi Monarch vendendo em leilão.
Vc nao tinha uma fresadora antiquíssima (deckel?) e um imor relíquia pintado de azul?
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Miyamura,
parabéns pelas máquinas! É impressionante ver uma máquina com mais de um século funcionando...
Só pra esclarecer, o que vc tá chamando de "de precisão"?
Os americanos chamam de "toolroom lathe" tornos com maior robustez (para seu tamanho), fabricados com tolerâncias mais estreitas (as normas de aprovação são um pouco mais exigentes) e normalmente vêm com alguns acessórios adicionais (porta-pinças, jogo de pinças, acessório para cones). Ainda tem o que chamam de "precision toolroom lathes", que além dos anteriores trabalham com velocidades mais altas, têm tolerâncias ainda mais apertadas e algumas outras viadagens, como meios para isolar vibrações do grupo motor/redutor. Nesta última categoria, costumam se encaixar uns poucos, como os Hardinge, Monarch, Schaublin, Rivett... dos TOS, entendo que somente uns poucos, e todos menores do que aquele gigante do ML (neste tamanho, entendo que as tolerâncias já são mais abertas).
E, obviamente, em uma máquina usada isso depende de toda a sorte de desgastes...
O que vc quer dizer com "South Bend de precisão"?
Voltando ao assunto peças, um Romi não é melhor nesse aspecto?
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Valeu!
O South Bend de precisão é exatamente o que vc falou, um "toolroom lathe"... aqui o pessoal não reconhece muito isso.
QUando falei do tos é pq eles tem uma contrução de barramento com o prisma muito robusto, com uma boa dose de trabalho minucioso vc consegue deixar um TOS com uma precisão MUITO BOA! Sei pq a uns anos atras eu já fiz uma recuperação do tipo: retifica dos barramentos, troca de reguas e rasqueteamento dos carros, confecção de novo mangote, troca das buchas de bronze por rolamentos, troca do eixo arvore, melhor nos sistemas de fusos (fiz adaptações de pequenos rolamentos de contato em todos eles) troca da maior parte das engrenagens.
Não sai barato, mas tenho ferramental e acesso a maquinas como plaina de portal com cabeçote retificador.
Esse tos estava perfeitos, mas infelizmente tive que vende-lo pra cobrir dividas.
O romi até seria uma boa, mas o preço de um ID20 usado que seria o mais indicado para o que eu quero ultrapassaria bastante o que gastaria com um tos por exemplo + reformas.
Uma coisa que me incomoda um pouco nos tornos desse porte nacionais é que o Romi tem o barramento estreito e os nardini mascote tem uma qualidade inferior de materia prima e precisão.
Como da pra ver, sou bem chato... hehehe
Só pra ilustrar melhor o que se passa, eu preciso fazer com muita frequencia machos e cossinetes com niveis de precisão altissimos. Faço tb muitos dispositivos pra construção de quadros de bicicleta pra competição, a tolerancia de desalinhamento desses quadros é de apenas 0,05mm de ponta a ponta.
Miyamura,
parabéns pelas máquinas! É impressionante ver uma máquina com mais de um século funcionando...
Só pra esclarecer, o que vc tá chamando de "de precisão"?
Os americanos chamam de "toolroom lathe" tornos com maior robustez (para seu tamanho), fabricados com tolerâncias mais estreitas (as normas de aprovação são um pouco mais exigentes) e normalmente vêm com alguns acessórios adicionais (porta-pinças, jogo de pinças, acessório para cones). Ainda tem o que chamam de "precision toolroom lathes", que além dos anteriores trabalham com velocidades mais altas, têm tolerâncias ainda mais apertadas e algumas outras viadagens, como meios para isolar vibrações do grupo motor/redutor. Nesta última categoria, costumam se encaixar uns poucos, como os Hardinge, Monarch, Schaublin, Rivett... dos TOS, entendo que somente uns poucos, e todos menores do que aquele gigante do ML (neste tamanho, entendo que as tolerâncias já são mais abertas).
E, obviamente, em uma máquina usada isso depende de toda a sorte de desgastes...
O que vc quer dizer com "South Bend de precisão"?
Voltando ao assunto peças, um Romi não é melhor nesse aspecto?
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Não sai barato, mas tenho ferramental e acesso a maquinas como plaina de portal com cabeçote retificador.
Aí é covardia...Com quanto de curso?
Só por curiosidade, esses machos e cossinetes, por que vc precisa fabricar (e não compra pronto)? Economia, precisão, disponibilidade? E por que a tolerância tão apertada?
Faz em que, aço prata? Quem faz o tratamento térmico?
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Grande Ivan;
Sempre muito estudioso e preciso em sua colocações, eu tenho um conhecimento prático, chão de fábrica; fico adimirado com o seu conhecimento técnico e histórico, coisa de aficcionado.
Endosso sua indagação (0,05 em +- 2m; estranho ehim, meu calibre tesa de 20cm só vai até 0,1).
Abraços....
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Tomei a liberdade de copiar uma imagem do sítio do Igor para mostrar uma parte do processo de feitura de um quadro de competição...
Ele usa tubos de aço de paredee extremamente fina (0,3mm)...
Vejam a qualidade dos encaixes...
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Olá Fábio;
Alinhamento pré solda é uma coisa, eu tb faço uns encaixes em tubos de inox (atualmente é meu carro chefe) e procuro o melhor ajuste e alinhamento, e depois da solda tem o prob. das deformações, tensões e contrações que exige novos ajustes, cada caso é um caso, as coisas precisam ser bem colocadas, meu endosso ao questionamento do Ivan é referente ao preciosismo de 0,05 para um quadro leve devido à dilatação termica e elasticidade dos materiais. Como ilustração; o coeficiente de expansão termica do aço comum é de 11,7 10-6 (C°)-1, o módulo de elasticidade é de ~20 GPa, o limite de escoamento é de cerca de 36 kgf/mm2. Um fio de aço de ø 2 mm x 1 m, com carga de 60 kg, fica ~1 mm maior.
Não questiono a técnica ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelo miyamura, alias pelo visto muito bons; só queria entender o critério da tolerância adotada e quais os parâmetros exigidos. Alias gostaria de saber sobre o processo de solda utilizado e qual o reflexo disso no alinhamento de 0,05.
Abraços...
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Marcos,
A minha curiosidade está no fato de saber se depois dos tubos soldados ele submete o quadro - ou as soldas - a algum tratamento térmico para aliviar as tensões...
Acredito que as tolerâncias centesimais sejam apenas de posicionamento (ou geometria) e não de módulos de elasticidade ou de coeficientes de dilatação, até porque isso seria meio difícil de calcular numa treliça como um quadro desses...
Mas esta, é só minha opinião e curiosidade. :)
Não questiono o conhecimento de ninguém...
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Os machos e cossinetes usados no central do quadro por exemplo tem 24 fios por polegada a 60 graus num tubo de 1,2mm de parede (feito com inox 316 e em alguns casos aço 4130), sendo uma direita e outra esquerda. Esse padrão não é comum no mercado e mandar fazer sai a cerca de 1500 reais cada e comprar um da parktools (melhor fabricante de ferramentas pra bike) sai 2800 reais o par... pelo menos 2 x por ano eu fabrico um novo pra mim e tb faço pra algumas oficinas que precisam da ferramenta. Uso aço rápido pra ferramenta que vende normalmente em lojas de aço e o tratamento tem um senhos que faz pra mim em diadema.
A tolerância é apertada mesmo, o quadro quando feito dessa maneira tem que ser perfeito, até mesmo pelo preço que é cobrado. A diferença de 0,05 é medido de ponta a ponta do quadro, se refere que da caixa de direção até as pontas das gancheiras vistas pela esquerda e pela direita o alinhamento não pode permitir essa diferença. A solda que faço é com prata 45% pra evitar distorções, mesmo assim um alinhamento fino sempre é nescessário quando terminado. Ele é feito com blocos padrão e um relógio comparador.
Quanto a plaina que tenho acesso, é de um amigo que faz um bom preço pra mim, tem 3m de curso.
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Boas!!!!
Alguém poderia conseguir algumas fotos em alta resolução das plaquinhas de tabelas de roscas do sanches blanes???
Me ajudaria também fotos das engrenagens e da cx norton por dentro....
Amanhã vou ver um sanches sem as placas de tabelas, quem sabe dá negócio...
Um abraço
Márcio
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A tolerancia se refere a parte interna das gancheiras em relação ao tubo da caixa de direção, conforme desenho em anexo.
Há poucas torção e repuxo por eu usar prata 45% ou mais na solda e MUITO POUCO CALOR, isso faz toda a diferença.
A parte interna da caixa de direção e face interior das gancheiras são usinadas para permitir esse ajuste.
Como a prata gruda com muito pouco calor o tratamento termico fica desnecessário. Alias, os tubos vem dos usa e inglaterra temperados. O tratamento não é usual em quadros de aço desse tipo.
Segue um esquema do alinhamento para ilustrar melhor:
(http://www.miyamuradesign.com/alinhamento.jpg)
Até mais
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algumas implementações que fiz no meu torninho
coloquei uma proteção na parte traseira, uma chave reversora pois antes ele só ligava no sentido horário, um novo porta ferramentas (ajudado e incentivado pelo pelo Ivan) e ainda mandei dobrar uma chapa p/ fazer a coletagem dos cavacos e estou pensando ainda num sistema de refrigeração da ferramenta e um sistema de iluminação direta com led ultrabrilho direcionado p/ a ponta da ferramenta, aproveitei e fiz uma ganbi p/ iluminar o mandril da minha furadeira de bancada, fiz com led brancos superbrilho e utilizei um defletor de uma lampada dicroica.
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Miyamura,
estava dando uma olhada nas imagens dos seus trabalhos, muito caprichados, parabéns. Pelo jeito, é um nicho de quadros "top", em que tudo é feito com materiais/processos visando à perfeição. Mesmo que alguma coisa esteja em um nível de detalhe que possa ser chamado de preciosismo, acho q é também uma demonstração de esmero máximo na confecção, e uma forma de se diferenciar da concorrência...Não é muito diferente de diversos diferenciais de carros de alto luxo.
Marco, agradeço o elogio, mas como dizem, "Prática sem teoria é cega; teoria sem prática é paralítica". Pra mim ainda falta muita prática...:)
Sanches,
vc mencionou que ficou fora de esquadro. Vc faceou todas as 6 faces que vão na horizontal na placa de 4 castanhas? Alargou os furos centrais no torno?
O desalinhamento é só nas faces laterais ou na montagem?
Se for só o acabamento lateral, não influencia o uso, mas nada impede que vc monte (o conjunto montado) de lado na placa de 4 castanhas e faceie as 4 laterais com cuidado. Dá pra deixar com um acabamento muito bom.
Seria legal fazer uma haste rosqueada para substituir a porca e facilitar o posicionamento dele.
A propósito, esse seu torno não é um Joinville, nem um South Bend nem um Sanches Blanes. Provavelmente é de uma outra que fez clones do South Bend em menor escala, como Peloplas, Herrero, IEM (esta eu não confirmei que realmente era uma fábrica).
Marcio,
comprou o torno? Se precisar das plaquetas, diga se com caixa Norton ou sem que eu passo links...
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hehehe
são fábricas precursoras dos chinezes, já copiavam na cara dura desde a antiguidade, p/ mim era um sanches & blanes, mesmo assim obrigado pela ajuda e incentivo. vou fazer a outra diferente, sobre a estar fora do esquadro, não está nas faces planas e sim na lateral, sei que nao atrapalha em nada, mas na foto dele colocado montado de lado nota-se um espaço (veja esaço da chave de fenda)
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Sanches,
legal que as faces que importam ficaram alinhadas.
Se aceita opinião, é moleza vc dar um acabamento nessa peça pra ela ficar com as laterais mais no esquadro. Se as faces de montagem estão alinhadas, não precisa nem desmontar ela. Ou com uma lima grossa e um pouco de paciência ou montando ela de lado na placa 4 castanhas (usinando com cuidado pra não arrancar a peça), vc limpa ela inteira. E usa as outras peças pra montar alguma outra coisa...
Obs: na foto, tem 2 pentelhos embaixo da peça, veja se sem eles a folga diminui. (foi mal, não resisti :))
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hehehehe, não eram pentelhos não, eu estava arrancando os cabelos p/ acertar o castelinho, vou limar.... vou comprar uma lima e tentar. Mas ai eu perco a zincagem..... hummm...acho que vou deixar assim... vou usar ele um tempo e depois decidir.
cara valeu pelo incentivo.
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Boa noite Ivan,
Comprei sim, mas ainda não chegou em casa, vai chegar dia 27 deste mês.
É um sanches blanes modelo C, está bem surrado, com o barramento um pouco gasto e a pintura horrivel, mas como estou aprendendo aqui no forum, tudo tem remédio e o visual é só perfumaria, rs ... Fiquei especialmente incentivado depois de ver as fotos da reforma que vc fez no seu torno, retificou o barramento e aplicou o moglice no carro. Ficou muito bom pelas fotos...
Bom é isso, assim que chegar vou fotografá-lo e postar aqui pra vc ver...
Um abraço
Márcio
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Marcio,
parabéns pela aquisição. Ponha fotos assim q tiver...
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Ivan, vc tem as fotos das placas de indicação de roscas desse torno?
Abraço
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Marcio,
aqui está a tabela que um outro proprietário de um modelo C fez para ele, copiando os dados da plaqueta.
Esta plaqueta vai na caixa Norton, acima das alavancas.
A escolha das cores não me agrada, mas cada um sabe do seu daltonismo. :)
Se tiver alguma dúvida na interpretação, é só falar.
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Legal Ivan, os números estão todos legíveis, imagino que a pessoa redesenhou toda a placa. Eu também não gostei das cores, pretendo fazer a minha identica à original quando reformá-lo. Mas isso é gosto pessoal, a utilidade da placa será tamanha... agradeça a pessoa que fez e muito obrigado a vc também. Só vou poder reformá-lo daqui há algum tempo e não vejo a hora de receber o meu torninho,....
Um abraço
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os Modds no torninho estão quase no final
estou me preparando p/ adaptar o primeiro step no fuso comprei um de 10kg p fazer um teste depois que fizer o acoplamento postarei as fotos.
sds
sanches
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Marcio,
aqui está a tabela que um outro proprietário de um modelo C fez para ele, copiando os dados da plaqueta.
Esta plaqueta vai na caixa Norton, acima das alavancas.
A escolha das cores não me agrada, mas cada um sabe do seu daltonismo. :)
Se tiver alguma dúvida na interpretação, é só falar.
Olá...boa noite..
Estou precisando confeccionar uma placa dessa .
Porém ao baixar a imagem,o logo do fórum fica sobreposto à imagem.
Gostaria de saber o que tenho q fazer para isso não acontecer?