Edson,
Não vi como você fixou a peça de poliacetal na casinha de alumínio, mas entendo que o comentário abaixo está valendo.
Não estou "vendo a porca com a mão" (que, para estas coisas, enxerga muito melhor do que o olho
), mas este é meu entendimento da coisa:
Imagine que você pegou a parte sólida da porca (sem cortes longitudinais) e cortou fora a rosca dela. Ou seja, agora só tem rosca na parte fendida onde age a mola. Desde que a peça de poliacetal esteja fixada no alojamento de alumínio (e este ao carro), ela continua funcionando como uma porca - mas os esforços fazem com que haja compressão da mola, e alguma abertura da porca - causando deslocamento da peça.
Agora coloque de volta as roscas na parte sólida. Ainda assim, ela continua funcionando como acima, pois a mola faz com que os fios da parte fendida da porca centralizem nos fios da rosca do fuso, encostando dos dois lados dos flancos.
A parte sólida só aparece quando há um esforço que faça com que a mola ceda - aí os flancos do fuso vão dar encosto na porca sólida. Só que com isso o carro se moveu (simplificando ao extremo, uma distância igual à metade da folga da parte sólida da porca). Pode parecer pouco ou imperceptível, mas se for qualquer coisa maior que um centésimo de mm entendo que é uma "pioria", pois é comum trabalhar com tolerâncias inferiores a 5 centésimos (sem falar em possíveis reflexos no acabamento superficial).
Se você conseguir garantir que os flancos da porca sólida são o batente de um lado e os flancos da porca fendida são o batente do outro, e de modo que os flancos da porca sólida segurem os esforços de torneamento contra o operador (principais), e se usar um material que resulte em uma rigidez da parte sólida da porca comparável à de uma porca também sólida de bronze, aí entendo que se trata de uma melhoria em relação à condição original do torno - mesma rigidez no sentido dos esforços principais e algum ganho de rigidez no oposto (pois só havia folga).
Mas a forma mais simples de obter isso é com uma porca de bronze com 2 partes (sem cortes longitudinais), separadas ou por mola (para fusos desgastados) ou por parafusos de afastamento (mais rígida, mas com variação de folga em um fuso desgastado). Aí se garante que cada pedaço seja encosto em um lado dos flancos.
Não sei se consegui me expressar, se quiser quando tiver tempo tento fazer um desenhinho.
Gil,
essa solução da porca seccionada sem molas é a de que mais gosto, é usada em várias máquinas. Mas prefiro ela seccionada por inteiro, e não só parcial como no post. Anexo um procedimento de ajuste da porca de uma Bridgeport. Existem esquemas ainda mais simples de adaptar, como uma seção menor da porca fixada por 3 parafusos com mais 3 parafusos de afastamento.