Bem, na verdade é preciso analisar caso a caso.
Normalmente é possível fazer as roscas sem desengrenar parando o torno pela chave liga/desliga - como a ferramenta está em contato com a peça não há tendência do torno girar a placa livremente (mas há uma inércia da placa, e deve ser prevista).
A rosca é feita em velocidade baixa (no meu torno a mais baixa é 140 rpm), e aciono a chave para deligar um pouco antes de terminar a rosca - muitas vezes eu termino o comprimento a ser rosqueado manualmente girando a placa com a mão ou com um pino inserido em um dos parafusos de aperto das castanhas.
Uma vez que chego no final, vejo a profundidade da ferramenta através do nônio, retraio a ferramenta e faço a reversão do movimento.
Reposiciono a ferramenta ou na nova profundidade ou repito a mesma profundidade do passe anterior (para um melhor acabamento ou para ajuste da profundidade) e aciono novamente o torno para frente.
Para fazer voltar o carro desengrenando o avanço automático das duas uma:
- se seu torno tem fuso em milimetros e está fazendo uma rosca em milimetros, e o trem de engrenagens não possui nenhum tipo de redução entre a placa e a primeira engrenagem movida, pode ser possível reengrenar o fuso na posição correta.
- se usa um relógio de marcação de início de rosca (thread dial).
- se o fuso é mm e a rosca a ser feita é polegadas não se pode desengrenar (ou vice versa - fuso em polegadas e rosca em milimetros)
Se seu torno (assim como o meu) possui redução de movimento entre a placa e o trem de engrenagens - o meu tem uma relação de 4.5:1 - uma volta completa do eixo da engrenagem motora para 4.5 voltas da placa, então não posso desengrenar o fuso mesmo que esteja fazendo rosca em milimetros (meu fuso tem passo 3 mm).
Não me lembro mais, mas se não me engano o Cassio postou uma matéria muito interessante sobre abrir roscas num torno e sobre como o relogio de roscas funciona - dê uma pesquisada no forum e encontrará as mensagens dele.